quinta-feira, 30 de julho de 2015

Monumento “Homenagem ao Cafeeiro” e a história do café em São Paulo

Como parte das comemorações do IV Centenário da fundação da cidade de São Paulo, foi inaugurado, no dia 25 de janeiro de 1954, o Monumento ao Cafeeiro.
Monumento do alto do pedestal

A obra, que fica no parque do Ibirapuera bem em frente ao prédio da Bienal, foi feita pelo escultor Francisco Zeri e executada por Fusor Fundição de Metais Ltda.

Sobre os dados técnicos do monumento

É uma peça feita em bronze platinado, com 3,70 metros de altura, 1,10 metros de largura e 1,00 metros de profundidade.

O Cafeeiro está sobre um pedestal de granito branco lavrado, de 2,50 metros de altura, 2,00 metros de largura e 1,96 metros de profundidade. A base desse pedestal também é feita em granito branco e mede respectivamente 0,50 x 4,50 x 4,50 metros de altura, largura e profundidade.

Há dois detalhes especiais nesse monumento. Ele possui inscrições em duas das faces do pedestal, ambas em baixo relevo, de autoria do poeta Mário de Andrade.


Na face frontal, que aponta para a rua, pode se ler:

“AO CAFEEIRO:
ÁRVORE GENEALÓGICA
DA RIQUEZA PAULISTA.

REGADA PELO SUOR QUE VIVIFICA
ETERNIZA-A O METAL QUE GLORIFICA”

Na face posterior, está a inscrição:

“COM ESTE MONUMENTO, QUE
GUARDA EM SEU PEDESTAL
UM PUNHADO DE TERRA DE
CADA MUNICÍPIO CAFEEIRO DESTE ESTADO  A
SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA
E
AS DEMAIS REPRESENTATIVAS
DA ECONOMIA PAULISTA
COMEMORAM O 
IV CENTENÁRIO DA CIDADE DE
SÃO PAULO.” 

"Homenagem ao Cafeeiro". Escultura de Francisco Zeri
 Cafeeiro e Obelisco - Parque do Ibirapuera

 O segundo detalhe é que o monumento guarda em seu pedestal um punhado de terra de cada município cafeeiro de São Paulo simbolizando a união do estado. 

Pedestal guarda terras cafeeiras de São Paulo

Monumento em frente ao pavilhão da Bienal

A origem da Iniciativa da obra veio da Comissão do IV Centenário e Sociedade Rural Brasileira, em associação com representantes de outras entidades como a Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, Companhia Paulista de Estradas de Ferro, Cooperativa Central dos Lavradores de Café, Bolsa de Mercadorias de São Paulo, Banco do Estado de São Paulo, Associação Comercial de Santos, Confederação Rural Brasileira, Associação Comercial de São Paulo, Bolsa de Cereais de São Paulo, Federação das Associações Rurais do Estado de São Paulo e Cooperativa Agrícola de Cotia.

O Monumento ao Cafeeiro aponta para o céu
Perfeição nos detalhes dos grãos de café

Outro detalhe, agora sobre a conservação desse monumento que tanto representa o progresso e desenvolvimento de São Paulo, refere-se a uma iniciativa da Prefeitura Municipal de São Paulo. Esta criou o programa chamado Adote uma Obra Artística por um decreto de 8 de setembro de 1994, com o objetivo de recuperação de monumentos da cidade expostos em áreas públicas e necessitados de restauro.

No ano de 2008 a empresa Votorantim, gigante brasileira no ramos de cimentos, siderurgia e agroindústria, tornou-se parceira do Programa Adote uma Obra Artística. Por meio do “Projeto 30 Homenagens” a empresa se propôs a “adotar” e patrocinar o restauro de 30 monumentos de São Paulo como parte da celebração de seus 90 anos de atuação. Entre os monumentos selecionados estava o Cafeeiro, que segue altivo até os dias de hoje.

Introdução à história do café em São Paulo

O café é originário da região da Etiópia e difundiu-se para o mundo através do Egito e da Europa.

No Brasil o café chegou na segunda década do século XVIII pela região norte, através do sargento-mor Francisco de Melo Palheta, que trouxe escondido as primeiras mudas de café tipo arábica da Guiana Francesa a pedido do governador do Maranhão e Grão-Pará.

No século XIX, com a queda nas exportações de algodão, açúcar e cacau, os fazendeiros brasileiros sentiram a grande oportunidade de obterem altos lucros com o “ouro negro”, aumentando os investimentos para ampliar os cafezais e espalhando as plantações de café por todo o país. Nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro essa lavoura encontrou o terreno e condições geográficas mais propícias, com regularidade de chuvas e clima adequado. Plantado em vales e montanhas, o café proporcionou o surgimentos de novas cidades.

Logo no início do século XIX foi fundada a primeira fazenda de café em São Paulo, no vale do rio Paraíba do Sul.

Na segunda metade do século XIX o café, além de ser muito consumido no mercado interno, tornou-se também o principal produto de exportação brasileiro principalmente para os mercados dos Estados Unidos e Europa, que aumentavam seu consumo.

Os fazendeiros, principalmente os paulistas, fizeram fortunas com o comércio do produto, investindo pesadamente no desenvolvimento industrial de cidades como São Paulo, o que pode ser recordado até hoje na história de muitas mansões e edifícios que ainda existem. Eram os Barões do Café que habitavam as grandes e imponentes construções urbanas e que traziam de suas viagens a arte e a cultura da Europa.

Acompanhando o aumento industrial das cidades principalmente do sudeste do país ocorreu concentração do poder político e econômico. Ferrovias para o escoamento do café desde o interior de São Paulo até o porto marítimo de Santos foram construídas, sendo a primeira, a São Paulo Railway, inaugurada em 1867, ligando a cidade de Jundiaí a Santos.

Com a limitação do trabalho escravo após a proibição do tráfico negreiro pela Lei Eusébio de Queiroz, em 1850, o rápido e grande desenvolvimento vigente necessitava ainda mais de muita mão de obra. Isto atraiu a imigração européia, tanto para a lavoura de café quanto para a indústria, o que era devidamente estimulada pelo governo imperial da época. Dispostos a trabalhar e enriquecer, italianos, portugueses, espanhóis, japoneses e árabes trouxeram mais prosperidade a São Paulo. Calcula-se que o café tenha sido o responsável pela vinda ao Brasil de aproximadamente 4 milhões de imigrantes entre o final do século XIX e início do século XX, período mais produtivo do assim chamado Ciclo do Café. Nesse período o Brasil possuía a maior parte da oferta do produto para o mundo todo, chegando a colher 45 % da produção mundial no ano de 1845. O País controlava os preços do comércio do café e decidia de que forma iria atuar na economia internacional.

Como o crescimento da economia baseada no café dependia do aumento populacional dos países consumidores, a produção por vezes superava a demanda. O governo brasileiro nesses períodos comprava os estoques e os incinerava para poder manter os preços.
Algumas geadas ocorreram e provocaram temporariamente diminuição da produção do café, que logo a seguir, se recuperava.

Outro fator que exerceu influência sobre a economia do café foi a crise financeira internacional de 1929. Se os preços na época já tendiam a cair, a crise fez com que a demanda internacional pelo produto diminuísse ainda mais, o que forçou a baixa dos preços com maior rapidez. O governo brasileiro não encontrava nenhuma solução para absorver os estoques, o que causou uma quebra na economia cafeeira da época.

Após esta crise, o governo, agora nas mãos de Getúlio Vargas, passou a desempenhar papel ativo com intervenção na economia cafeeira.

A história do café se modificou novamente com a Segunda Guerra Mundial, que prejudicou o comércio e causou queda nos preços internacionais do produto. Após 1945 houve nova retomada dos preços e incentivo de novos plantios, proibidos anteriormente. A partir de então a produção de café sempre teve papel de destaque na economia, sem, contudo, voltar ao glamour do início do século passado.

O café e seus derivados foram os principais produtos brasileiros de exportação durante quase 100 anos. A economia cafeeira desencadeou o desenvolvimento que alavancou vários setores do Brasil com ênfase na industrialização e urbanização dos grandes centros. Se São Paulo é hoje a grande metrópole que conhecemos, foi seguramente durante o ciclo do café que teve alavancada sua transformação.


Monumento em tarde de sol - 2015

A Homenagem ao Cafeeiro não é uma simples escultura, mas a representação de uma agricultura que impulsionou definitivamente o desenvolvimento da cidade.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Nhoque da Fortuna é tradicional e saborosa superstição no Café Girondino


Você conhece a tradição do nhoque da fortuna?

O “Nhoque da Fortuna”, ou da Sorte, é um prato tradicionalmente servido em vários restaurantes de origem italiana todo o dia 29 de cada mês aqui na cidade de São Paulo, e sua comemoração promete fortuna e sorte.

A história desse prato é bastante antiga, a começar pela massa, que é considerada o primeiro tipo de massa caseira já criada. O nhoque, aquelas bolinhas macias de massa cozida, de diferentes variedades, já era consumido na época dos antigos gregos e romanos, que trouxeram a receita do Oriente Médio e a partir daí, a difundiram pelo mundo, especialmente na Itália, com o nome de gnocchi. 

Uma lenda deu origem ao nhoque da fortuna

Diz a lenda que São Pantaleão, um santo cristão, num certo dia 29 de dezembro, vestido de andarilho, perambulava por um vilarejo da Itália. Faminto, bateu à porta de uma casa e pediu comida. A família era grande e tinha pouca comida, mas apesar disso, eles não se importaram em dividir o seu nhoque com o andarilho, cabendo a cada um 7 massinhas. São Pantaleão comeu, agradeceu a acolhida e se foi. Quando foram recolher os pratos descobriram que embaixo de cada um havia bastante dinheiro ou, em outra versão, encontraram muitas moedas de ouro. Por isso, tradicionalmente, todo dia 29 é celebrado o dia do nhoque da fortuna, ou da sorte, acompanhado do devido ritual. 

Mesa do Café Girondino aguardando o Nhoque da Fortuna


O prato de nhoque. O dólar estava escondido.

Detalhe do delicioso nhoque de batata

O ritual

O ritual de celebração se inicia colocando dinheiro de qualquer valor embaixo do prato que pode ser em sua casa com a família ou, na forma mais divulgada, indo a um restaurante que deve colocar uma nota, geralmente de um dólar, embaixo de seu prato de nhoque. O dólar é moeda forte e com futuro garantido, perfeita, portanto, para um ritual de sorte.

A seguir você deve separar e comer os primeiros os primeiros 7 pedacinhos de nhoque do seu prato, ficar em pé e fazer um pedido para cada um deles. Agora sim pode sentar-se e saborear à vontade o restante do prato.

A seguir você deve separar e comer os primeiros os primeiros 7 pedacinhos de nhoque do seu prato, ficar em pé e fazer um pedido para cada um deles. Agora sim pode sentar-se e saborear à vontade o restante do prato.

O dinheiro que estava colocado sob o prato deve ficar guardado até pelo menos o próximo dia 29, para garantir a fartura e sorte.

Em São Paulo há um local especial para comer e celebrar o dia do “Nhoque da Fortuna!”: é o Café Girondino. Localizado no coração do centro velho da cidade, na Rua Boa Vista 365, esquina com a Rua São Bento, este é um dos restaurantes que colocam uma nota de 1 dólar debaixo do prato de nhoque.

Restaurante no segundo piso

Ele está no alto da foto acima

Charme antigo na decoração

Detalhe da luminária

Detalhe do cardápio do Café Girondino em 2015

 O local é especial e está constantemente lotado de turistas e pessoas que trabalham na movimentada região.

O Café Girondino, que existe há 10 anos, é um espaço agradável, e acolhedor e foi inspirada no Café Girondino que existiu no início do século passado, revivendo em sua decoração um pouco do ambiente do passado da glamourosa época cafeeira em São Paulo. Com a explosão da febre cafeeira e com a festejada estréia da primeira linha de bonde elétrico na cidade, houve a proliferação de comércios como os cafés, com destaque para o antigo Café Girondino.

A decoração de época do atual Café Girondino, com quadros e fotos antigas da cidade, a atenção dos funcionários e os ambientes distintos que acomodam choperia, café, lanchonete e restaurante provavelmente são alguns dos motivos que atraem seus frequentadores, mas, se você provar o nhoque da sorte, então desejará mesmo retornar ao Café Girondino.

Fachada do Café Girondino

O próximo dia do nhoque da fortuna sempre está chegando. Vamos passear no centro de São Paulo, comer o nhoque da fortuna servido de forma muito charmosa, curtir o encontro da notinha de dinheiro sob o prato e, é lógico, fazer nosso sete pedidos. Ah, sim, não tenha vergonha de comer seus primeiros sete nhoques em pé!

Sete nhoques separados e sete pedidos em pé





terça-feira, 21 de julho de 2015

Manacá-da-serra e suas flores que mudam de cor

Flores de Manacá-da-serra (Tibouchina mutabilis)
O Manacá-da-serra é uma árvore que mede de 7 a 15 metros de altura e é muito parecido com a Quaresmeira, principalmente quando olhamos para suas folhas. A semelhança é porque ambos pertencem ao mesmo gênero, Tibouchina.
É uma planta nativa da Mata Atlântica muito abundante na mata secundária, vivendo bem sob o sol em clima quente e úmido. Pode ser facilmente visto desde o Espírito Santo até o Rio Grande do Sul principalmente nas serras.

Mas, quando falamos de flores da cidade, o que admira nosso olhar é o Manacá-da-serra-anão (Tibouchina mutabilis “Nana”), uma variedade com características específicas. O manacá-da-serra-anão é um arbusto menor, que atinge de 1,5 a 3 metros de altura e é muito utilizado no paisagismo urbano porque suas raízes não são agressivas e a floração é encantadora e abundante. Outra característica que o torna tão especial é que, quando plantado no Planalto Paulista, a época de floração acontece no inverno, quando habitualmente florescem menos espécies de plantas.

Arbusto decorativo com copa arredondada, repleta de flores

Vou falar de suas características flores. As flores do manacá-da-serra-anão podem nascer de forma solitária ou agrupadas na extremidade da ramagem. Quando vemos um pé de manacá (existe inclusive uma tradicional canção que se refere a essas flores) o que mais chama a atenção é que há flores de três colorações simultâneas no mesmo arbusto. E há uma explicação para isso. Cada flor tem a cor mutável conforme sua maturação. No início, as flores recém-abertas são brancas, depois adquirem a cor rosada, lilás e finalmente arroxeadas.

O detalhe é que a variação de cor das flores é devida ao amadurecimento diferencial das suas partes masculinas e femininas,sendo as brancas, recém abertas, são funcionalmente femininas (recebem pólen de fora) e as roxas ou lilases, que são as flores velhas, masculinas, liberando pólen. Interessante não? Em questão de 1 dia esta mudança já pode ocorrer no caso do manacá-da-serra.

Por ter essa variação de florada num único galho, o manacá-da-serra é também conhecida como a “árvore que dá flor de três cores”, o que justifica seu “sobrenome científico” “mutabilis”, que em latim significa “mutável, que se transforma”.

As flores também são duráveis e abundantes e, recordando, florescem no inverno, diferente da forma arbórea normal que floresce no verão. Ainda mais, a floração do manacá-da-serra-anão é precoce, iniciando em até seis meses após o plantio.

As flores desabrocham em bela coloração branca
Detalhe da flor "madura" de manacá-da-serra
Nervuras profundas nas folhas e botões sempre brancos
Pé de manacá mostra flores brancas, rosadas e lilases

Detalhe do tronco
Flor de manacá

As folhas do manacá-da-serra são rígidas, têm formato de lança e superfície aveludada. São verde-escuras com nervuras longitudinais bem visíveis e medem de 8 a 10 cm de comprimento.


Sua madeira macia é muito atacada por insetos.

Vamos admirar a beleza das flores de inverno, que alegram nossos jardins e nossos caminhos, e, por que não, plantar uma dessas árvores para acompanhar sua floração no próximo ano?


Pé de Manacá

Compositor: Herivelto Martins
Intérprete: Isaurinha Garcia

Lá de trais daquele morro tem um pé de manacá
Nóis vão casá, e vão prá lá
se qué, se qué

Eu quero te leva, eu quero te agrada
Eu quero me casá e te levá prá lá
se vai, se vai
Eu panho toda "fro" do pé de manacá
E faço uma coroa para te enfeitá
se qué, se qué



domingo, 19 de julho de 2015

Dicas para visitação do Aquário de São Paulo

A cidade de São Paulo abriga, desde o ano de 2006, o maior aquário da América Latina e único aquário temático do Brasil.
Aquário de São Paulo
Após a ampliação em 2009 o Aquário de São Paulo conta com 15 mil m² e dois milhões de litros de água.

Para descrever o local vou dizer que o espaço é muito bonito, colorido e limpo. Quanto ao conforto térmico, dentro do Aquário é um pouco quente e abafado.

O que há lá dentro? Aproximadamente 300 espécies de animais. Não apenas habitantes das águas, mas um grande número de outros animais de várias partes do mundo, que descreverei a seguir. No final deste post.fornecerei também dicas para aproveitar melhor a visitação.

Além da tranqüilidade do espaço do Aquário, da beleza de todos os animais e até do certo medo que alguns me despertaram, a visita tem uma capacidade didática incrível e durante o post contarei um pouco dos detalhes de alguns animais que mais me interessaram.

O ambiente é dividido em setores que reproduzem o habitat natural de cada animal.
Na parte inicial da visita, logo a entrada, estão os aquários com espécies de peixes divididas em setores de água doce e salgada. Primeiro em água doce tais como o rio Tietê e o Pantanal, e depois em água salgada, com seus peixes super coloridos.
Há também répteis como cobras, iguanas e também espécies raras neste setor como filhotes de jacarés albinos. Todos muito visíveis em amplos espaços.

Nesta parte inicial que corresponde à ala mais antiga, bem como em todas as outras, há placas ou totens luminosos com boa explicação do que você está observando.

A surpresa dos peixes da nascente do rio Tietê
Aquário com peixes do Pantanal

Piranha-vermelha
Pirarara
Baiacu-leopardo
Outro local que gostei. Muito bem montado.
Filhote de jacaré albino
As iguanas são sempre originais
Kinguios originários da China, Japão e  Europa estão lá no fundo
Peixe-leão
Moreia verde
Lindo não? É do costão rochoso.
Acará-disco
Pelos caminhos dos peixes

Seguindo o caminho único, com enorme variedade de peixes coloridos, pequenas cascatas, réplicas de tubarão ou ossadas verdadeiras, você vai se deparar com um tanque gigante de água salgada, com placas de acrílico também gigantes, que lembra um navio naufragado. Lá se pode admirar tubarões-lixa e tubarões-mangona, raias e enormes peixes também olhando para cima. Os tubarões passam tranquilamente por cima de sua cabeça. É uma situação de observação muito interessante.

O tubarão Lixa é um tubarão bastante calmo e passa boa parte do tempo parado no fundo arenoso devido sua capacidade de bombear a água por suas brânquias para respirar. Tem hábitos noturnos, quando busca seus alimentos. E para localizar suas presas, além de ferramentas com linha lateral e olfato bastante apurado, os tubarões Lixa têm dois barbilhões, como que bigodes, próximos a boca ventral que sentem a vibração e movimento das presas. A cor do dorso e flancos é amarronzada, com manchas escuras. Os tubarões-Lixa são sedentários, ficando imóveis por longos períodos no fundo arenoso, em águas rasas. Dormem empilhados, um em cima do outro, e deve ser bem interessante observar isso. Durante a noite são muito ativos e vorazes.

Tubarão-Lixa em condições de acordo com o IBAMA
O tubarão Mangona é o maior tubarão de nossas águas, alcança pesos de até 180 kg e mais de 3 metros e comprimento. É um tubarão de hábitos noturnos, costuma viver de forma solitária, nada de forma calma e lenta e tem aparência bem agressiva por conta dos seus dentes pontudos expostos para fora da boca. Em nosso litoral também é conhecido como tubarão-cinza. Ocorre em todos os oceanos. No Brasil, são mais comuns nas regiões Sudeste e Sul. O tubarão-mangona que está no Aquário chama-se Pancho.

Tubarão-Mangona
Olhe para cima e admire o ventre do tubarão
Raia-Prego
Raia passando por cima de nossas cabeças
Um cabeça de baleia impressiona visitante

Seguindo por um corredor com amostras de ossadas chamada Centro Educativo, chegamos ao setor onde estão mamíferos aquáticos: a lontra e incrível o peixe-boi, que se chama Tapajós.
Este é o meu predileto no aquário todo. Ele parece tão gordinho e pesado, mas tem um elegante nado calmo e constante. Ele pode ser admirado no fundo do aquário, onde o passeio nos leva primeiro e depois de subir alguns lances de escada podemos vê-lo de cima de uma passarela sobre o grande tanque, o maior do Brasil, onde o peixe-boi impulsiona sua bela e grande nadadeira caudal e mostra sua cabeça para fora da água. O peixe-boi da Amazônia é o menor dos peixes-boi e habita exclusivamente rios e lagos de água doce na bacia Amazônica. Esse mamífero aquático que pode pesar cerca de 450 quilos e medir até 3 metros de comprimento. Todas as espécies de peixe-boi estão ameaçadas de extinção.


Lobo marinho resgatado no litoral, com deficiência visual
Ambiente com barco naufragado
O Peixe-Boi-da-Amazônia "caminha" com suas nadadeiras dianteiras
Detalhe do Peixe-Boi no fundo do tanque
Peixe-Boi nadando calmamente
Tubarão "lúdico"
Minha vez de fotografar
Pauda para um descanso
Entrada para a parte nova do Aquário. África.

 A ambientação da entrada em um avião nos leva aos setores mais novos, onde viajamos pela fauna de outros continentes. Há os setores temáticos que mostram espécies animais como os existentes na África e Austrália, onde se entra por um portal em formato de canguru.

O setor África é ambientado com se estivéssemos em uma aldeia indígena local.

Vamos brincar com o suricato Timão, do filme rei Leão?
Suricato "verdadeiro" encanta as crianças
Também brinquei com o suricato
Enormes visores em todos os setores
Macaco-colobo. Pelagem preta e branca e longa cauda.
Lêmures-de-cauda-anelada. Vivem na ilha de Madagascar.
Detalhe da cauda anelada. Rei Julien,"ator" do filme Madagascar.
Antes da Austrália você passará também pelo setor Indonésia e da Patagônia, com um fofíssimo pinguinário, com aves originárias da região do sul da Argentina.

Pinguins-de-Magalhães. Veja-os brincando com bolinhas.
Da indonésia você verá lêmures e os incríveis morcegos gigantes, os Fying Foxes (raposas voadoras). São os maiores morcegos catalogados do mundo e seu focinho lhes atribuiu um aspecto de raposa, daí o nome. Chegam a medir até 2 metros de uma extremidade à outra de suas asas. Embora assustadores, alimentam-se apenas de frutas

Portal para a Indonésia. Tudo são detalhes.
Morcegos-gigantes-da-Indonésia. Olha, têm focinho!
Pendurados lá no alto e abrindo as asas. Prontas para voar bem perto de nós.

Chegando na Austrália com seus clássicos cangurus.

Entrando no setor Austrália
Cangurus-vermelhos tomando sol
Simpáticos cangurus

 A visita termina com o recinto do casal de ursos polares e a observação da alimentação dos lobos marinhos.

O charme do Urso Polar
Aurora e Peregrino em área climatizada de 1500 metros quadrados

Um pouco sobre os ursos polares: o casal de ursos, chamados Aurora e Peregrino, de 4 e 5 anos respectivamente, nasceu em Moscou e habitava um zoológico na Rússia que não possuía espaço suficiente para que vivessem de forma adequada. Após dois anos de negociação, vieram para cá como parte de um projeto de preservação e reprodução e são acompanhados por veterinários e biólogos, que fizeram estágio no exterior para aprender a lidar com estes e outros animais “estrangeiros”.

Clássica e sempre admirada alimentação do lobo marinho
Um carinho vai bem!
Detalhe do aquário. Possibilidade de observar o nado submerso dos animais.

imagem de um coala
Muitos animais deixarei de falar ou mostrar as fotos neste post, pois são inúmeros, mas também chamam a atenção o Macaco-colobo, os simpáticos suricatos e os assustadores e super-vivos morcegos.

Os próximos animais a chegarem serão um casal de coalas. Vamos aguardar.

Dicas para visitar o Aquário de São Paulo

Primeiro vá com tempo, ao menos duas horas, para poder apreciar tudo.

Lembre-se que lá dentro é mais quente e abafado que na rua.

Procure ler todas as explicações dos totens. Você saberá também sobre como proteger cada animal.

O animal mais difícil de ver é o bicho preguiça. Acredite, ele existe e é até grandinho. Procure dentro das redes ou da cesta no fundo de seu espaço. Se ele estiver com preguiça você pode retornar em seu caminho e tentar ver se ele já apareceu.

Informe-se sobre o horário em que poderá ver a alimentação do lobo marinho. É sempre cativante!

Os ursos polares podem estar dormindo num momento e logo acordarem. Tente vê-los nadando em sua piscina ou quando se aproximam do visor. Vale a espera.

Leve máquina fotográfica, mas flashes não são permitidos.

Se for durante a semana você poderá encontrar algum, ou alguns grupos escolares. Seguramente serão mais lentos que você. Ou você “pula” as espécies que eles estão visitando e retorna depois ou aproveita as explicações dos professores.

Leve algum dinheirinho extra porque além da sede que poderá sentir pelo longo passeio há as lojinhas de souvenires onde será difícil principalmente uma criança resistir a tantas opções de lembranças.

Não de preocupe muito com alimentação, pois há acesso em várias etapas do passeio a alimentos desde pipoca e sucos até a alimentação no restaurante temático com decoração náutica, Pier 15.

Você ainda precisará pagar à parte por duas atrações que estão dentro do espaço. O Cinema 7 D, que não visitei, e o Aquário abaixo de Zero, Este eu indico por que, além de tudo, é bom momento para uma pausa da caminhada. É passeio inspirado na era do gelo. Você embarca num carrinho que leva por trilhos a um ambiente que parece gelado. Pelo caminho, que é curto, você passa por réplicas eletrônicas de figuras da era do gelo, como mamutes que se mexem e emitem sons e outras atrações como paredes que se movimentam.

Placa indicativa na rua
Não deixe de pesquisar sobre as Visitas Noturnas para observar melhor os animais com hábitos nesse horário.

Leve documentos como a identidade, carteira de professor ou de aposentado. Há várias opções de descontos. Portadores de necessidades especiais são isentos do pagamento do ingresso. Às segundas-feiras há desconto para todos.

O Aquário de São Paulo, localizado na Rua Huet Bacelar, 407, no Ipiranga é um passeio obrigatório em nossa cidade tanto para turistas quanto para os paulistanos. É uma oportunidade única para enriquecimento de nossos conhecimentos como para ter a chance de ver de perto animais que só existem em outras partes do mundo.