terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Dez meses após sua partida Tomie Ohtake revive em nova obra na Avenida Paulista

Dez meses após o falecimento, aos 101 anos de idade, da artista plástica nipo-brasileira Tomie Ohtake, uma das artistas símbolo de São Paulo, nova escultura é inaugurada na Avenida Paulista.

Como em tudo há uma história, com essa obra não poderia ser diferente. O texto foi obtido de reportagens e entrevistas com seu filho Ricardo Ohtake, que acompanhou a fixação da escultura e o arquiteto Jorge Utsunomiya, que trabalhou com a artista nos últimos 30 anos.

Obra de Tomie Ohtake, em canteiro na Av. Paulista

Alguém observa a escultura ao caminhar

Detalho aqui que nem sempre as informações são idênticas, tais como o tamanho oficial da obra ou o tempo que levou para ser concluída. Não há ainda registro dela no site do Instituto Tomie Ohtake, que também não respondeu à minha solicitação, por telefone e correio eletrônico, sobre a existência de um possível nome para a obra.
É, contudo, reportado que Tomie Ohtake “não gostava de explicar as esculturas que fazia, mas gostava de ouvir o que as pessoas comentavam sobre elas”.

Tomie Ohtake trabalhava nessa escultura, já projetada para ser instalada na Avenida Paulista, embora sem localização definida, quando ocorreu seu falecimento. Era um sonho seu ter uma obra nesse local tão simbólico e vital para a cidade de São Paulo.

Tomie projetou a obra a partir de um modelo de 40 (ou 20?) cm, embora não tenha conseguido vê-la finalizada. Durante quatro meses de trabalho árduo sua criação ocorreu num armazém onde eram produzidas carrocerias de caminhões. Após a programação de engenharia, chapas de aço foram cortadas, moldadas e pintadas com tinta especial, também utilizada em navios.

Por fim a escultura estava pronta, vermelha e prateada, com 7 toneladas e 8,5 metros de altura, sendo inaugurada no dia 15 de dezembro de 2015, uma terça-feira após referidas duas horas de instalação. Mais uma majestosa companhia para a Avenida que embelezou não só o ponto onde foi instalada, mas todo o seu entorno, realçando-o. 

Destaque na Av. Paulista, a escultura tem formas curvas não definidas

Resultado de um projeto desenvolvido por Tomie em parceria com a Associação Paulista Viva, que se interessou pelo projeto, a obra teve patrocínio do Citibank, que comemora 100 anos no País.
O local definido foi na altura do número 1.111 da Avenida Paulista, entre as alamedas Pamplona e Campinas, no sentido Paraíso, no canteiro em frente à sede do Citibank, escolhido para não obstruir a passagem de pedestres e outros elementos de sinalização urbana.

À noite a escultura é ainda mais bonita.

A escultura em vermelho e prateado

"Moldura" para a icônica Torre Cásper Líbero, da Gazeta/Globo

Outro ângulo, outro formato da obra

A obra realça a noite na Avenida Paulista 

Detalhe da parte interna prateada sob novo ângulo

A escultura refletindo a vida na Avenida Paulista

Quantas pessoas! A obra dialoga com a cidade. Esse era o desejo.

  Esperamos sinceramente que essa instalação urbana, clássica desde seu primeiro momento, seja respeitada e protegida indefinidamente.


Tomie Ohtake (Fonte: site do instituto Tomie Ohtake)

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segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Museu de Arte Sacra de São Paulo e seus presépios


Todos os anos, tradicionalmente, o Museu de Arte Sacra (MAS) apresenta nas comemorações natalinas uma mostra de presépios. Neste ano de 2015 a maior parte da mostra foi transferida para a Sala Metrô Tiradentes, dentro da Estação Tiradentes do Metrô – Luz, com o propósito de que mais pessoas posam admirar presépios de todo o mundo. Além da facilidade de acesso, o próprio ingresso do metrô já autoriza a entrada na sala de exposição.

Se você estiver no MAS terá acesso fácil à Sala Metrô Tiradentes, bastando sair pelo portão lateral e cruzar uma pequena faixa de pedestres. Há escadaria, escada rolante e elevador funcionante para descer ao piso da exposição. A outra opção é chegar pelo próprio metrô, como já dito.

Com a mostra “Em Busca do Presépio Universal” são apresentados conjuntos de presépios de várias partes do mundo pertencentes à Coleção de Presépios do MAS. Dentre os belos e originais presépios, vou detalhar dois mais significantes.

Entrando no espaço expositivo, que está bem cuidado e identificado, no fundo da sala e atrás de uma vitrine de vidro está um grande presépio. É o “Presépio Napolitano”, de autor desconhecido e doado ao Museu por José Carlos Reis Marçal de Barros. As peças, em barro cozido e policromado, madeira, tecido, liga metálica e gesso, bem como a montagem são originais napolitanas. Datado de prováveis dois séculos atrás, tem as mesmas peças e cenário do homônimo que se encontra no MAS e descrevei posteriormente.

Embora tanto ele quanto os demais presépios sofram muita interferência da iluminação deles e da sala para obter boas fotos, a riqueza de detalhes das figuras, com o Menino Jesus entre colunas romanas é possível de ser notada.

A montagem “La Nascita de la Esperanza”: é uma obra belíssima de autoria de Ulderico Pinfildi, uma das maiores autoridades mundiais em presépios, que herdou a arte de seu pai. Procedente de Nápoles, Itália, foi confeccionada em terracota modelada à mão e policromada, madeira, arame revestido com fio de estopa, seda pura, algodão cru e acessórios de prata. Foram criadas mais quatro unidades desse exemplar, sendo que uma se encontra no Vaticano. A obra mostra um homem representando a humanidade que estende a mão em direção à Sagrada Família, na esperança de um futuro melhor.

Presépio Napolitano na Sala Metrô Tiradentes

Anjo do Presépio Napolitano
La Nascita de la Esperanza de Ulderico Pinfildi
Detalhe do homem
Detalhe da Virgem com o Menino Jesus
Nas fotos a seguir, outros presépios.

Presépio Nigeriano em madeira entalhada, séc XX. Autor desconhecido
Os presépios são expostos em redomas de vidro
Presépio da Ilha da Madeira séc XX. Autor desconhecido.
Presépio Japonês séc XX. Autor desconhecido.
Serragem, seda e palha de arroz
Lapinha ou Menino Jesus do Monte
Autor:Freirinhas do Convento dos humildes-Bahia

Como nasceu o Mosteiro da Luz (com texto adaptado do site do MAS)

A ideia de sua construção partiu da Irmã Helena Maria do Espírito Santo do Antigo Convento de Santa Tereza, por volta de 1772. Esta afirmava ter visões de Jesus pedindo a construção de um lugar de recolhimento. Frei Antônio de Sant'Anna Galvão, o Frei Galvão, confessor da Irmã, confirmou a veracidade das visões e a partir daí, com o auxílio de superiores, definiu o melhor lugar para a construção desse lugar. 
Fachada
Em 1774 existia nos "Campos do Guaré", atual bairro da Luz, uma capela em homenagem a Nossa Senhora da Luz. As casas do entorno foram a seguir ocupadas pelas freiras em fevereiro de 1774 sob o nome de Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência. Frei Galvão providenciou uma nova construção para a capela e habitações, arrecadando ele mesma os fundos para a construção e buscando a mão de obra, que incluía as irmãs e a sua própria. A obra terminou em 1788 e a Igreja do Mosteiro teve a construção finalizada apenas em 1802.

O acervo do museu que nasceria no Mosteiro da Luz começou a ser formado por Dom Duarte Leopoldo e Silva, primeiro arcebispo de São Paulo, que a partir de 1907 começou a recolher imagens sacras de igrejas e pequenas capelas de fazendas que sistematicamente eram demolidas após a proclamação da República. Desde 1970 o Mosteiro passou a abrigar o Museu de Arte Sacra de São Paulo através de convênio firmado entre a Mitra Arquidiocesana e o governo do Estado de São Paulo.

O Museu de Arte Sacra de São Paulo

Considerado um dos principais monumentos arquitetônicos coloniais do Estado e um dos mais bem conservados, o Museu é a única edificação colonial do Século XVIII. As cerca de dezoito mil peças, o Museu concentra um dos mais significativos acervos museológicos do patrimônio sacro brasileiro. Possui relíquias de arte barroca com peças de todo o Brasil e de diversos outros países, que incluem imagens sacras, prataria, jóias, pinturas, mobiliário, moedas e livros.

O Museu apresenta exposições de seu acervo de longa duração, temporárias, como os presépios de Natal e também virtuais. No museu ocorre ainda programação de atividades culturais diversas. 

Emoção ao lado de São Francisco em gesso, 2,30m, de Victor Brecheret
Santos em nó de pinho típico de São Paulo século XIX
Busto de Bom Jesus da Cana Verde sobre
credência de altar
N. Sra. da Piedade, século XIX
Autor desconhecidoBarro cozido, papel e tecido moldado. 
"Igreja da Sé e Cúria de São Paulo em 1863"
Óleo sobre tela de Benedito Calixto
Em destaque à esquerda, Escudo Mariano, séc. XVIII

O Mosteiro da Luz
O local é um complexo formado pelo Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz, clausura das Irmãs Concepcionistas, responsáveis por confeccionar as famosas pílulas milagrosas do Frei Galvão, Igreja Nossa Senhora da Luz e o Museu de Arte Sacra, que ocupa a ala esquerda do piso térreo do Mosteiro da Luz desde junho de 1970. Na Igreja de Nossa Senhora da Luz estão guardados os restos mortais de Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro, canonizado pelo Papa Bento XVI durante sua visita ao Brasil em maio de 2007.
O anexo Museu do Presépio guarda o Presépio Napolitano, de 1.620 peças, considerado uma das maiores montagens do mundo, que retrata Nápoles no século XVIII. Foi trazido ao Brasil por Francisco Matarazzo Sobrinho, o Ciccillo Matarazzo, em 1949 e doado ao Museu. Este é o presépio com formação semelhante ao exposto na Sala Tiradentes, apenas com mais peças.

O edifício do Mosteiro é tombado nas três instâncias nacionais, Iphan, Condephaat e Conpresp como monumento arquitetônico de interesse nacional. 

Entrada principal do Museu de Arte Sacra - profeta Abdias
Esta réplica de Aleijadinho (original em Ouro Preto) é o profeta Isaías
Réplicas de esculturas do Aleijadinho no caminho para o Museu do Presépio
Realmente um grande e enriquecedor passeio
O grande Presépio Napolitano
Detalhe do Presépio Napolitano
Repare nos pratos decorando o interior da casa
Horário para visitação: quarta a sexta-feira das 9h às 17h | sábado e domingo das 10h às 18h
Ingressos: Grátis aos sábados. Os passageiros do Metrô terão livre acesso à Sala Tiradentes.
Tel.: (11) 3326.3336 – agendamento de visitas monitoradas para grupos

A eterna magia do Natal num museu especial

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