sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Outubro Rosa - Árvore da vida colore o Parque do Ibirapuera


O mês de outubro está terminando, e com ele as manifestações mundiais para conscientização sobre o câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce, o “Outubro Rosa”. Cada ano, monumentos e edificações iluminam-se de vários tons de rosa e assim chamam a atenção para este problema de saúde.

Neste mês em São Paulo notei fraca presença de locais coloridos de rosa, inclusive alguns apontados no site da Prefeitura onde não era possível identificar a tonalidade da luz nos momentos em que visitei, como o Monumento às Bandeiras e a Ponte Octavio Frias de Oliveira. Contudo, ao passar pela Avenida Pedro Álvares Cabral não é possível deixar de notar uma árvore de cor rosa intenso, localizada à beira do lago do Parque do Ibirapuera. Quem será que a observou tão visível à luz do sol quanto em sua iluminação noturna? Seria “de verdade”? Seria de plástico?

Agora vou contar do que se trata. Trata-se de uma instalação artística em forma de árvore, a Árvore da Vida, escultura chamada “Paineira”, toda feita com fios de alumínio pelo artista Paulo Bordhin. Ela faz parte de um grupo de mobilizações da campanha contra o câncer de mama do Instituto Avon, ficando iluminada enquanto observamos dança também rosa das águas na fonte multimídia do parque.

A árvore de alumínio, de 5 metros de altura, já foi exposta em outras ocasiões com a temática de transformação e abundância. Agora o público pode interagir com ela deixando um pensamento positivo e colocando um laço rosa, símbolo da campanha. No início do mês sem “flores”, os laços agora ocupam desde as raízes até o galho mais alto da árvore, formando a paineira completamente repleta de simbologia.

As fotos abaixo ilustram o que estou contando.

Vista noturna a partir da Avenida Pedro Álvares Cabral

O lago com a árvore ao longe








A árvore iluminada por trás de jatos da fonte




Vista da fonte multimídia em tons de rosa a partir do parque

A escultura Árvore da Vida - Paineira, à noite

Vista diurna da árvore de dentro do parque
Placa explicativa
Árvore repleta de laços rosa



Este é o meu laço

Ainda há tempo para visitar esse detalhe rosa de outubro em nossa cidade!

Para quem conheceu a árvore, qual a sua opinião?

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Sibipirunas em floração na primavera


A primavera teve início há um mês e São Paulo agora ganha ares dourados nas ruas e avenidas. É época de floração das sibipirunas, árvores de grande porte e frondosas que mostram as muitas flores em grandes cachos amarelos no topo de suas copas. Muito frequentemente vistas nos caminhos da cidade, deixam no solo ao seu redor inúmeras pequenas florzinhas quase douradas que caem continuamente com o vento e mudam a cor das calçadas e até do teto dos automóveis estacionados.

O nome é desconhecido por muitos, que apenas admiram suas flores e sua sombra, mas que também podem queixar-se dos “tapetes amarelos” que necessitam várias retiradas ao dia para que a resina que soltam não torne mais difícil a verrudura. É uma árvore que se desenvolve com facilidade em locais ensolarados e devido ao seu rápido crescimento e grande poder germinativo, além da beleza ornamental, essa espécie é muito utilizada no paisagismo urbano e em projetos de reflorestamento.

Sobre essa árvore de flores tão expressivas, seu nome científico é Caesalpinia peltophoroides. O nome popular sibipiruna é originário da língua tupi e significa “raiz de casca preta”. É originária da Mata Atlântica brasileira e foi trazida pelo rei D João VI, que a introduziu no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Desenvolve-se com facilidade em climas tropicais e subtropicais, alcança de 8 a até 30 metros de altura e o tronco de 30 a 40 cm de diâmetro, podendo viver por mais de um século.

A sibipiruna tem folhas pequenas e compostas, denominadas pelos botânicos como bipinadas (forma de pena), ou seja, que apresentam formas multi-divididas insertas num eixo comum e lembram as folhas da avenca, formando uma densa copa. As raízes são poderosas, porém pouco agressivas para as calçadas. O tronco tem potencial madeireiro, sendo utilizado na construção civil, na produção de caixotes e até nas estrutura de móveis. Seu aspecto se modifica com passar do tempo, tornando-se escamoso.

O detalhe, porém, fica por conta mesmo é da floração. A sibipiruna produz na verdade, inflorescências, que têm as pequenas flores amarelas, de cinco pétalas, dispostas em grandes cachos eretos, como espigas. Curiosamente primeiro abrem todas as flores da metade de baixo, depois as da metade de cima da inflorescência. Sua localização, por cima das copas, permite um espetáculo à parte quando vistas de cima, como das janelas das casas, varandas e alto de prédios. A queda constante dessas delicadas florzinhas amarelando o chão é que completa a beleza de uma das árvores que mais marca a primavera na cidade de São Paulo.

Depois do período de floração que estamos observando no momento surgirão frutos achatados, como vagens, de tonalidade preta, com 3 a 4 sementes dentro. Quando maduras, essas vagens se romperão por torção, arremessando então suas sementes. Você provavelmente já as viu, porém não relacionou às lindas flores da primavera.

Há duas semanas venho buscando e fotografando sibipirunas e coloco aqui as fotos das árvores mais bonitas que encontrei. Elas estão por todos os cantos, em praças, calçadas e jardins de residências ou edifícios e foi até difícil escolher.


Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides)

Copa arredondada e frondosa

Detalhe das flores

Detalhe das folhas
O tapete amarelo

Flor vista de cima
Florzinha com as cinco pétalas

Tronco escamoso

Sibipirunas embelezando rua da zona sul de São Paulo

Museu da Casa Brasileira guarda obra de Victor Brecheret




O Museu da Casa Brasileira é um museu elegante, bem cuidado e com espaço para aproveitar horas de relaxamento junto à natureza “incrustrada” entre movimentadas avenidas e muito concreto. O museu foi instalado na mansão construída nos anos 40 para servir de residência ao prefeito de São Paulo de 1934-1938, Fábio da Silva Prado e sua esposa, Renata Crespi da Silva Prado. Com o falecimento e por seu desejo, a casa foi doada por Renata ao poder público. É o único museu do país especializado em design e arquitetura, possui uma coleção permanente com mobiliário a partir do século XVII e realiza eventos e exposições itinerantes.

Depois de entrar no ambiente do museu a sensação é de voltar no tempo e de se imaginar que lá, na década de quarenta não havia museu, mas a residência de um casal da elite paulistana da época!
Após a visitação ao museu no piso térreo, no final da longa escadaria em espiral cercada por paredes azul “bic” estão objetos da coleção particular Crespi-Prado. Meu detalhe de hoje fica por conta do busto de Renata Crespi (1897-1984). Encostado em uma parede e perdido entre mobiliário, baixelas e quadros, o busto esculpido em mármore branco foi feito por ninguém menos que Victor Brecheret, sim, aquele que fez o Monumento às Bandeiras do Parque do Ibirapuera (ver foto). É bonito, até mesmo majestoso. No museu quase todos os objetos estão acompanhados de vasta explicação escrita. Pois bem, Renata Crespi, a proprietária original da antiga mansão, não está identificada e o nome do autor da obra, talhado no mármore V BRECHERET, tem que ser buscado junto à parede. É uma obra de arte singular e com certeza deveria estar permanentemente em destaque.

Visitem o museu, porém não deixem de conhecer mais uma obra de Brecheret, pouco divulgada e pela qual o público passa em total em desconhecimento.

sábado, 18 de outubro de 2014

Carrinho de comidas no MAM


Diariamente milhares de paulistanos, em algum momento do dia adquirem alimentos de vendedores ambulantes de comida dos mais variados tipos. É um hábito, um lazer, uma necessidade no cotidiano apressado.

Tão habitual nos parques paulistanos, o vendedor de comidas já está “incorporado à paisagem”, de tal forma que frequentadores podem passar por eles e nem mesmo recordar onde os viram.

No Parque do Ibirapuera está localizado o MAM, Museu de Arte Moderna, e é na sobriedade de uma de suas salas de exposição que está o detalhe de hoje.
Assim que foi transposta a entrada do museu, meu olhar desviou-se para a direita pela estranheza do que lá estava: um vendedor de comidas, com seu carrinho abarrotado pelos alimentos oferecidos no Parque, à disposição de um visitante que, contrariamente às instruções rotineiras dos museus, poderia consumir o produto comprado lá mesmo!





A performance, intitulada Vendedor de Comidas é do artista pernambucano Paulo Bruscky. Sua mostra, que questiona o ineditismo e a impermanência das artes plásticas, permanecerá no museu até o mês de dezembro. Nada melhor para explicar o Vendedor de Comidas do que o próprio texto do autor: “O deslocamento de um trabalhador do parque para o espaço do museu muda o grau de atenção do público para com um elemento absolutamente cotidiano”.

Neste post coloquei fotos da obra performática e de outros vendedores de comidas do parque, realizadas no mesmo dia. Há vendedores de alimentos pela extensão dos caminhos, carrinhos com melhor ou pior apresentação, localização ou sortimento de alimentos, porém, como no museu, estáticos, com o vendedor aguardando o olhar de algum frequentador.

Ao observar esses carrinhos em minhas fotos considerei que amanhã eles já não estarão mais como hoje, pois produtos serão adquiridos ou acrescentados e a impermanência da obra proposta por Paulo Bruscky será confirmada.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Casa Mathilde: doces com gostinho de Portugal





Na Praça Antônio Prado, bem no centro da cidade de São Paulo, encontrei a Casa Mathilde, uma antiga e tradicional “doçaria” portuguesa que chegou ao Brasil em junho de 2013. Com localização privilegiada, de suas janelas envidraçadas pode se avistar o famoso Relógio Público de Níchile com seus três mostradores e tradicionais edifícios da cidade, como o Martinelli.

Por essa casa espaçosa e ao mesmo tempo acolhedora passam diariamente trabalhadores da movimentada região em busca de uma pausa para apreciar seu doce selecionado, turistas ou simplesmente pessoas que desejam conhecer ou recordar sabores tradicionais de Portugal. Vale a pena um passeio até lá, pois os doces portugueses são deliciosos e variados, de preparo suave e muito fresquinhos. Têm os famosos pastéis de nata preparados pelo confeiteiro à nossa vista além dos travesseiros de Sintra, que são perfeitos. Há também opções de bebidas e salgados para acompanhar.




Fui visitar justamente no dia em que a casa comemorava 10.000 curtidas no Facebook e havia preparado um simbólico bolo que infelizmente não pude aguardar para prová-lo.



Um doce detalhe no centro da Cidade de São Paulo!