quarta-feira, 2 de março de 2016

Monumento aos Fundadores de São Paulo: nômade, oculto e confundido

O Monumento aos Fundadores de São Paulo, de autoria do artista plástico Luiz Morrone, presta homenagem a personagens considerados fundamentais no processo de fundação da cidade de São Paulo, protagonizada por jesuítas e membros do governo português. Foi encomendada a ele por representantes da colônia portuguesa, que, organizados numa comissão, decidiram pela criação do monumento.
Foi construído entre 1952 e 1962, sendo lançada em 18 de outubro a pedra fundamental por ocasião do aniversário da morte do padre Manoel da Nóbrega. Foi inaugurado em 25 de janeiro de 1963, data de aniversário da cidade de São Paulo.

Monumento aos Fundadores de São Paulo

O conjunto escultórico é composto por oito figuras de bronze sobre um pedestal de granito rosa de 1,05m x 5,30m x 7,40m, com dimensão total de 4,20m x 1,70m x 3,70m.

As figuras representam os jesuítas Manuel da Nóbrega, “o primeiro apóstolo do Brasil”, José de Anchieta, sucessor de Nóbrega e grande missionário, e o padre Manoel de Paiva, que rezou a primeira missa no colégio jesuíta do Planalto de Piratininga, onde agora é a cidade de São Paulo.

Os representantes do governo português esculpidos são o comandante da primeira expedição colonizadora ao Brasil em 1531 e fundador da primeira cidade brasileira, São Vicente, Governador Martim Afonso de Souza e João Ramalho, que vivia entre os índios e conduziu Martim Afonso em segurança do litoral às terras de Piratininga.

Sugerindo a convivência pacífica dos colonizadores com os indígenas estão, ao lado de João Ramalho, a esposa Bartira e seu pai, o cacique tupiniquim Tibiriçá, grande aliado dos portugueses e líder dos nativos na região. João Ramalho e Bartira deram início à miscigenação na cidade, mostrado pela pequena criança no colo de Bartira. No lado oposto a estes indígenas e sugerindo a mesma união entre colonizadores e colonizados está a escultura curumim, que em tupi-guarani significa criança, como que amparado pelo padre Anchieta.

Uma grande cruz (em 2016, no momento da foto, apenas com a haste vertical) simboliza o catolicismo.

Detalhe do Padre Manoel da Nóbrega

Detalhe do governador Martim Afonso de Souza
Lateral direita do monumento com placa da fundação de São Vicente

Atras do Padre Anchieta está a haste vertical da cruz
Curumim ao lado do Padre Anchieta e à direita Padre Manoel de Paiva

Detalhe para a haste da cruz vista pelo lado esquerdo do monumento

Da esquerda para a direita: lateral de Martim Afonso de Souza, 
Cacique Tibiriçá, Bartira como criança no colo, João Ramalho,
Padre Manoel da Nóbrega na lateral direita

Detalhe da face esquerda do monumento

Detalhe que a criança menor, no colo de Bartira, não é habitualmente contabilizada na descrição do monumento, sendo que na verdade há nove pessoas retratadas no monumento. Nas inscrições de identificação no próprio monumento este bebê também não é identificado. Por quê?

Há ainda duas placas de bronze em baixo relevo com a representação da primeira missa em São Paulo e da fundação de São Vicente, a primeira cidade brasileira, fundada por Martim Afonso. Na verdade, no momento desta postagem há apenas a representação da fundação de São Vicente e uma placa informada sobre o furto da outra placa.

Fundação de São Vicente com assinatura em canto inferior direito

L. MORRONE 1962

Veja quantas Informações existem na obra:

Placas:
1. Placa de bronze (2,40m X 1,50m) com representação da primeira missa de São Paulo e assinatura no canto direito interior. Após o furto em 2004 foi substituída por placa informativa (ver foto).
Diz o texto: "Este espaço foi ocupado, originalmente, por uma placa de bronze com uma representação da primeira missa em São Paulo. A placa foi furtada em 2004 e, devido à insuficiência de registros, não foi possível reproduzi-la".

2. Placa de bronze (2,40m X 1,50m), inscrição na parte superior: FUNDAÇÃO DE SÃO VICENTE. Assinatura no canto inferior direito: L. MORRONE 1962

Placa furtada substituída pelo insubstituível 

foto http://www.monumentos.art.br ... ainda com cruz
Parede destruída pelo roubo da placa de bronze

Inscrições:
1. Face frontal do pedestal: PADRE MANOEL DA NÓBREGA FUNDADOR DE SÃO PAULO BANDEIRANTE DE DEUS NO BRASIL

2. Face lateral esquerda do pedestal: TBIRIÇA – BARTIRA – JOÃO RAMALHO

3. Face posterior do pedestal: GOVERNADOR MARTIM AFONSO DE SOUZA MONUMENTO À FUNDAÇÃO DE SÃO PAULO MOVIMENTO E CAMPANHA PADRE MANOEL DE NÓBREGA 1952 – 1963

4. Face lateral direita do pedestal: PADRE JOSÉ DE ANCHIETA CURUMIM PADRE MANUEL DE PAIVA Assinatura – L. MORRONE

Este é um dos monumentos nômades da cidade de São Paulo, pois não se encontra atualmente no mesmo local em que foi instalado em sua inauguração.

Sua primeira localização foi na Praça Clóvis Bevilacqua, nas proximidades da Praça da Sé, onde permaneceu até o início da década de 1970.

Na época do projeto a ampla praça ainda contava com belos jardins, que aos poucos foram emprestando espaço para a passagem de ônibus e bondes e, também para o monumento, cuja localização, era condizente com a região onde foi fundada a cidade de São Paulo.

As obras do Metropolitano de São Paulo na Praça da Sé - Estação Sé do Metrô - provocaram grandes remodelações tanto na Praça da Sé quanto Praça Clóvis Bevilacqua e em todo o entorno, o que incluiu a remoção do monumento.

O Monumento aos Fundadores de São Paulo foi transferido então da região central para o endereço onde se encontra no momento, Rua Manoel da Nóbrega sem número, no bairro de Vila Mariana, zona sul de São Paulo.

É um monumento oculto dos olhos da população, pois sua localização, literalmente no meio do nada e cercado por vagas para estacionamento de automóveis em todo o entorno, não atrai os olhares. O endereço referido à Rua Manoel da Nóbrega, bem poderia ser informado como Rua Nábia Abdala Chohfi, pois são as ruas das laterais do monumento. Na Rua Nábia está uma parte lateral do prédio da Assembléia Legislativa. A parte mais estreita poderia ter sua frente onde está inscrito o nome da obra, localizado de frente para uma micro-praça chamada Gen. Estilac Leal ou ter sua frente usando a cruz, a parte mais alta da obra e o Padre Manoel da Nóbrega como referência, e então o monumento estaria apontando para o Parque do Ibirapuera, sendo esta a parte que é considerada frontal na obra. Então o melhor endereço seria Avenida Pedro Álvares Cabral.

Fundamental observar que o monumento está oculto principalmente devido à abundante vegetação que cresceu ao seu redor e que impede que seja visto mesmo a partir da própria calçada onde se encontra.

Vegetação ao redor do Monumento aos Fundadores de São Paulo
A partir da própria calçada, vista apenas da base do monumento à direita
A partir do Monumento: a Assembléia Legislativa

Localizando: Monumento às Bandeiras no fundo à direita

Parte anterior do monumento - Padre Manoel da Nóbrega

E com quem ele é confundido? Com o monumento “Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo”, de Amedeu Zani, localizado no Páteo do Colégio, como identificação parecida e de grande visibilidade e popularidade.

Um majestoso monumento público localizado em local nobre está encoberto por árvores e arbustos e pela memória paulistana.

Vamos visitá-lo, fotografá-lo e divulgar para que não seja ainda mais esquecido. O entorno desorganizado para acomodar estacionamentos de automóveis poderia ter alguma utilidade pública maior se ali fosse criada uma verdadeira praça, incluindo a iluminação noturna do monumento.

































domingo, 21 de fevereiro de 2016

Arte na Avenida Moreira Guimarães em quatro painéis de Clóvis Graciano

 A maior via que comunica a zona sul com o centro e zona norte da cidade de São Paulo, conhecida como Corredor Norte-Sul possui trechos com três nomes diferentes entre a Praça da Bandeira e a região do Aeroporto de Congonhas. É em seu trecho intermediário, na altura da Avenida Indianópolis e Viaduto República Árabe Síria, no muro de contenção de uma antiga alça de acesso no sentido centro-bairro da Avenida Moreira Guimarães que estão instalados desde 1969 quatro painéis do artista paulista Clóvis Graciano.

É uma grande obra de arte a céu aberto, porém que freqüentemente passa despercebida por estar ao lado de uma via de tráfego rápido e não ter acesso formal para pedestres.

Grande painel de Clóvis Graciano na Avenida Moreira Guimarães

A dimensão é bem considerável: são quatro painéis, cada qual com 3,45 metros de altura por 9,60 metros de comprimento.

Os painéis compõem uma obra denominada Operário, conforme descrição na enciclopédia Itaú Cultural. Detalhe que o nome da obra não consta nas publicações da Prefeitura ou em sua placa descritiva, sendo conhecido como Painel Sem Título de Clóvis Graciano da Avenida Av. Rubem Berta (acesso à Av. Moreira Guimarães).

Os painéis de Clóvis Graciano são feitos em cerâmica esmaltada e cada um representa claramente um momento do desenvolvimento da cidade de São Paulo. Sua elaboração levou em torno de seis meses e Clóvis Graciano nomeou os 4 murais com os seguintes nomes: “A Subida da Serra”, mostrando a colonização e o trabalho escravo, “Os Bandeirantes”, representando a exploração da terra e o desbravamento pelos bandeirantes, “Epopeia do Café”, mostrando o áureo período do café e seu comércio exterior e “A Cidade Hoje”, com imagens da cidade moderna, industrializada e urbanizada. Ao lado do último painel artístico há um quinto, de dimensão bem menor, alusivo à data de inauguração da obra.

Foram encomendados pelo então prefeito José Vicente de Faria Lima e inaugurados no aniversário de 415 anos da cidade, 25 de janeiro de 1969, comemorando uma de suas obras viárias que era a finalização da Avenida Rubem Berta, que completaria a ligação do centro da cidade com o Aeroporto de Congonhas.

Painel 1 - A Subida da Serra. Azulejos faltado à direita.

No detalhe o conquistador, o escravo e a cruz católica

Painel 2 - Os Bandeirantes. Outra avenida passa logo acima.

No detalhe, notar as características do autor de deformação de pés e mãos

Painel 3 - Epopeia do Café . Peça de automóvel no gramado.
Detalhe para a Avenida Moreira Guimarães na parte inferior da foto.

Detalhe do café, da plantação ao transporte

Detalhe de Epopeia do Café - Indicação da Avenida à esquerda

Painel 4 - A Cidade Hoje

Detalhe de ruas e edifícios

Quanto ao atual estado de conservação da obra é regular, com seqüências de peças faltando em três dos painéis. Quanto à limpeza, sua localização de difícil acesso a pé parece ser um fator de proteção para ela. Na página da Prefeitura é descrita na programação periódica ações de limpeza e conservação, esta, contudo, ainda seguindo no aguardo.

Placa em azulejos identificando a inauguração dos painéis

Prefeito Faria Lima em 25 de janeiro de 1969
Foto:  http://www.tcm.sp.gov.br/instituc/farialima10.html

Sobre o autor, Clóvis Graciano nasceu na cidade paulista de Araras em 1907, mudando-se para São Paulo em 1934 onde trabalhou inicialmente como fiscal de consumo. Com a vocação artística já presente, passou a dividir o tempo entre o emprego e as artes.
Suas primeiras pinturas foram em postes, tabuletas, letreiros e avisos para a estação de Ferro Sorocabana em 1927.

Em sua carreira atuou como desenhista, pintor, cenógrafo, ilustrador e muralista.

Foi aluno do curso de desenho da Escola Paulista de Belas Artes. Entre 1935 e 1937 Graciano frequentou o ateliê de Waldemar Costa onde obteve grande aprendizado e em 1937 passou a integrar o famoso Grupo Santa Helena, instalado no Palacete Santa Helena, na Praça da Sé. Este era um grupo de pintores artesãos que procuravam reformar a pintura acadêmica, e havia uma troca de conhecimentos entre todos eles. Francisco Rebolo Gonsales foi o primeiro a chegar, e depois vieram Mario Zanini, Humberto Rosa, Aldo Bonadei, Fúlvio Pennacchi, Alfredo Volpi e o próprio Clovis Graciano.

Em 1948 Graciano foi sócio fundador do Museu de Arte Moderna de São Paulo e em 1949 viajou para a Europa com o prêmio recebido no Salão Nacional de Belas Artes. Nos dois anos em que permaneceu em Paris estudou pintura mural e gravura. Após seu retorno a São Paulo dedicou-se principalmente à pintura mural, trabalhando principalmente com temas sociais, quando mais tarde recebeu a encomenda dos painéis da Avenida Moreira Guimarães.

Em 1971 foi diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo, presidente da Comissão Estadual de Artes Plásticas e do Conselho Estadual de Cultura. Faleceu em São Paulo em 1988, com 81 anos.

Suas obras estão expostas no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo e figuram em museus e coleções particulares do Brasil e do exterior.

Este é um belo e histórico mural para ser admirado na cidade de São Paulo.

Vista dos painéis a partir da pista bairro-centro


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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Clerodendro africano, a borboletinha azul

O clerodendro africano é uma planta arbustiva ornamental perene cujo aspecto das flores lembra uma borboleta, daí o seu nome popular, borboletinha azul. É originário do leste da África em especial Quênia e Uganda, desenvolvendo-se bem em regiões de clima tropical, subtropical ou equatorial.

Conhecida popularmente como clerodendro africano, clerodendro azul, flor-de-borboleta, borboleta azul, borboletinha, seu nome científico é Clerodendron ugandense ou, mais recentemente, Rotheca myricoides. Pertence à família Verbenaceae, ordem Lamiales.

Borboletinha azul ( Rotheca myricoides)

A borboletinha azul é um arbusto de forma irregular e ramificado que pode atingir de 1,5 a 3 metros de altura que produz delicadas flores azuis que florescem o ano todo e mais intensamente no verão e outono.

As folhas são grandes e elípticas, serrilhadas na borda e com o pecíolo levemente avermelhado. Têm coloração verde escura e são mais claras na face inferior, medindo de 8 até 18 cm de comprimento.


Detalhe do arbusto lotado de borboletinhas azuis

Grandes estames e presa ao tronco por pecíolos avermelhados

Perfumada, a borboletinha azul é visitada por insetos

Folhas de coloração verde escura com bordas serrilhadas

A planta de flores azuis: a floração em forma de cachos ou inflorescências chamadas do tipo panícula ocorre nas extremidades dos longos e curvados ramos, com flores compostas por quatro pétalas arredondadas de coloração azul clara e uma azul violeta e longos estames e cálices rosados. O formato que lembra pequenas borboletas com suas asas e antenas originou sua denominação popular. Pode ocorrer floração durante todo o ano, mas principalmente no verão e outono. Os estames são em número de quatro, sendo dois pequenos e dois maiores, e estão aderidos às pétalas. Possuem ainda suave perfume e atraem polinizadores, como abelhas e borboletas. A poda anual garante melhores floradas.

Detalhe: o inseto mais atraído pela borboletinha azul é um tipo de abelha chamado mamangava, abelha grande e barulhenta, de corpo volumoso que lembra um besouro. Tem como uma das características a demora para pousar na flor, rodeando-a antes por algum tempo.

Borboletinha azul em seu auge

A borboletinha azul tem crescimento rápido, se desenvolve bem em sol pleno e alta umidade, mas é sensível a geadas e ventos frios. Pode crescer em vasos ou no solo além do esperado, podendo servir também como cerca viva. A poda da planta pelo menos duas vezes ao ano pode controlar sua dimensão reduzindo o comprimento dos ramos.

A propagação ocorre por sementes e principalmente através de estacas de ramos e raízes.

Borboleta azul, do botão à queda

Borboletinha azul crescendo na natureza
    Esta é mais uma criação da natureza encontrada na cidade de São Paulo.

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Planetário do Ibirapuera - Dicas de visitação 2016

Planetário Aristóteles Orsini
O Planetário Aristóteles Orsini, o planetário do Ibirapuera, foi reinaugurado no dia do aniversário de São Paulo, 25 de janeiro de 2016. Permaneceu durante três anos em reformas profundas tais como adequação do ar condicionado, reforma da parte elétrica e da complexa hidráulica, além de manutenção da estrutura como pisos e cúpula.

Seu projetor StarMaster é da empresa Carl Zeiss e seu modelo “planetário” é o verdadeiro responsável pelo nome Planetário. Com 9 mil fibras ópticas e 42 conjuntos de lentes permite a visualização do céu de qualquer parte do mundo no momento, passado ou futuro, bastando programá-lo para isso.

O planetário StarMaster

Inaugurado em 26 de janeiro de 1957, foi o primeiro planetário da América Latina, sendo que o prédio é tombado pelo Conselho Municipal de Tombamento e Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat).

A curiosidade sobre o universo e a magia que o céu exerce sobre pessoas de qualquer faixa etária, associadas às caras memórias das antigas exibições além da extensa divulgação sobre a reabertura do Planetário, fizeram com que uma multidão se concentrasse diante de sua entrada para conferir a “novidade” da cidade.

Como no momento deste post estamos a quatro dias do evento inaugural, algumas dicas para a visitação podem evitar uma ida frustrada ao Planetário, uma vez que a busca por suas sessões promete ser intensa por bom tempo.

1. Localização do Planetário

Fica dentro do Parque do Ibirapuera, zona sul de São Paulo, na Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº

2. Como chegar ao Planetário

Se você estiver a pé o melhor acesso é pelo Portão 10. Se estiver de automóvel entre pelo Portão 3 para alcançar a área com estacionamento ao lado da Marquise. Outra opção de estacionamento, discretamente mais distante é a entrada pelo Portão 7A, na Avenida República do Líbano, ao lado do Viveiro Manequinho Lopes.

Cada folha de zona azul tem duração de 2 horas dentro do Parque e há guarita nos locais de estacionamento com funcionamento durante todo o horário em que é necessário utilizar o talão de zona azul. Também há muita fiscalização. Não descuide.

3. Horário das sessões

Durante os meses considerados de férias, Janeiro, Fevereiro, Julho e Dezembro, o planetário terá quatro sessões diárias (10h/12h/15h/17h), de terça a domingo e feriados.

Nos demais meses as sessões serão apenas aos finais de semana e feriados. Atenção, agora é um bom momento para visitar devido à variedade de dias e horários. Não perca.

Sessões para escolas ocorrerão a partir de março, sob agendamento e apenas durante a semana.

Contato: 11 5575-5206 ramal 5 ou 5575-5425

4. A dica mais importante: com que antecedência devo chegar?

Nos sites da Prefeitura, do Parque e do próprio Planetário é solicitada antecedência de 30 minutos para retirada de senhas. Desista, não funciona. Na verdade a retirada das senhas ocorre no momento da abertura da porta de entrada, que acontece 30 minutos antes do início da sessão. O público, adultos e crianças, chegam ao local muito antes e aguardam sentados no chão para ter chance de entrar. Se você aparecer por lá apenas meia hora antes da sessão seguramente não conseguirá entrar e terá que aguardar a apresentação seguinte, em pé ou no chão.

Vale o que está no site parqueprefeitura.org , lá no item 9 de como funcionava antigamente. Comparecer ao local com 1 hora e 15 minutos de antecedência. Tomei essa conduta e para a sessão das15 horas de um dia de semana já havia mais de 100 pessoas aguardando quando cheguei.

Ainda sobre a fila, cabe dizer que idosos e crianças menores de dois anos (não indico) têm uma bilheteria prioritária, que fica do lado oposto da bilheteria geral. De qualquer forma corra porque a porta é uma só e entra um de cada vez. Cada idoso tem direito a um acompanhante na prioridade.

Porta única reflete a espera para abertura. Bilheterias ficam ao lado.
Vista lateral do projetor
Detalhe para uma das lentes do projetor
Muitas cores no céu aguardam o início da sessão

 5. O ingresso é gratuito para todos. 

6. Enquanto aguarda o início da sessão

Meteorito Santa Luzia - Brasil - 1921

Dentro do Planetário você terá então 30 minutos para admirá-lo. É pouco. Deixe para o horário de saída. No piso da entrada há uma pequena mostra de meteoritos, com destaque para o meteorito Santa Luzia descoberto no Brasil no ano de 1921. Durante a apresentação do Planetário ele é citado com destaque. E aqui vai mais uma dica: a voz do locutor informa que o meteorito se encontra na Escola de Astrofísica, mas ele foi trazido para ser exposto no Planetário. Seu peso de 22 kg deve ter sido o responsável pela única parte de madeira arranhada no móvel onde se encontra.

7. Vamos entrar e escolher um lugar para sentar?

Duas portas estavam abertas para entrar na sala de projeção, após passar pela entrada do Planetário. Todos os 320 assentos (e não 300) são poltronas especiais que permitem plena observação da projeção, que ocorre na abóbada.

Alguns detalhes, contudo, posso informar. Os assentos que ficam mais à frente, perto do projetor, são mais inclinados e os de trás, perto das portas, possuem menor inclinação. Fica ao seu gosto o que lhe dará maior conforto. Na prática há pouca diferença.

A projeção como um todo pode ser vista de qualquer localização de seu assento, porém em raros momentos há uma direção. O sol se põe e nasce obviamente em locais diferentes e é possível que o projetor esteja tampando sua visão especialmente se estiver sentado na frente.

No início há uma animação explicativa com a projeção de um robô simbolizando o projetor planetário (novamente não se esqueça que é o nome desse tipo de equipamento). Se quiser ver a animação de frente escolha para sentar-se em frente ao balcão de projeção que é facilmente identificável ou em seu lado oposto, onde fica a parte anterior do projetor com todas as letras que o identificam voltadas para você. 

Frente do projetor. Mesa de projeção ao fundo

8. A monitoria é exemplar. Os solícitos monitores caminham pela sala dando instruções e avisam em seus microfones sobre todos os próximos passos, inclusive com uma contagem regressiva para o início da sessão. Também podem ser questionados após o término para esclarecimento de dúvidas (nem sempre esclarecidas). 

9. O que é proibido
É proibido comer na sala. Fotos são permitidas até o início da projeção. Desligue o celular ou guarde-o no modo silencioso. Não tente fotografar a projeção, primeiro porque a sala é completamente escura e atrapalhará os demais e também porque não conseguirá imagens adequadas. Há supervisão quanto a isso.

10. Duração
A duração da projeção é de 40 minutos. Atente que as portas apenas abrem para fora e isso quer dizer que se sair não poderá mais entrar, mas que será acompanhado para sair durante a projeção se necessitar. Programe todas as suas necessidades antes. Também não é possível entrar atrasado, pois qualquer claridade comprometerá a visibilidade e as sessões são pontuais.

11. Além da projeção

Por esta porta posicione-se à esquerda

Observe o saguão lateral e o mezanino
Belo caminho para o mezanino

Cúpula e  seu revestimento de madeira
A cúpula vista no mezanino. Detalhe para compreender a imagem anterior

Reflexo do parque no revestimento interno de granito

Relógio antigo sem o pêndulo. Qual será sua história?

Agora que você já aproveitou a emocionante apresentação (não vou contar nada) pode admirar o meteorito Santa Luzia e subir a ampla escadaria que o levará ao mezanino localizado no pavimento superior à sala de projeção. Embora o mezanino esteja destinado a futuras exposições você terá uma bela vista do parque através de suas janelas e poderá admirar o revestimento de madeira aparente que envolve a cúpula de concreto e está novinho. Não deixe de subir. 

Há um elevador panorâmico para auxiliar pessoas com limitação de locomoção, mas não parece estar em funcionamento ainda.

12. Por fim você deve saber que está planejada mudança na programação a cada três meses, então poderá consultar antes de ir. No momento, mas não unicamente, o destaque é para o estrelado céu de verão da cidade de São Paulo.

Tenha um bom passeio!