domingo, 21 de fevereiro de 2016

Arte na Avenida Moreira Guimarães em quatro painéis de Clóvis Graciano

 A maior via que comunica a zona sul com o centro e zona norte da cidade de São Paulo, conhecida como Corredor Norte-Sul possui trechos com três nomes diferentes entre a Praça da Bandeira e a região do Aeroporto de Congonhas. É em seu trecho intermediário, na altura da Avenida Indianópolis e Viaduto República Árabe Síria, no muro de contenção de uma antiga alça de acesso no sentido centro-bairro da Avenida Moreira Guimarães que estão instalados desde 1969 quatro painéis do artista paulista Clóvis Graciano.

É uma grande obra de arte a céu aberto, porém que freqüentemente passa despercebida por estar ao lado de uma via de tráfego rápido e não ter acesso formal para pedestres.

Grande painel de Clóvis Graciano na Avenida Moreira Guimarães

A dimensão é bem considerável: são quatro painéis, cada qual com 3,45 metros de altura por 9,60 metros de comprimento.

Os painéis compõem uma obra denominada Operário, conforme descrição na enciclopédia Itaú Cultural. Detalhe que o nome da obra não consta nas publicações da Prefeitura ou em sua placa descritiva, sendo conhecido como Painel Sem Título de Clóvis Graciano da Avenida Av. Rubem Berta (acesso à Av. Moreira Guimarães).

Os painéis de Clóvis Graciano são feitos em cerâmica esmaltada e cada um representa claramente um momento do desenvolvimento da cidade de São Paulo. Sua elaboração levou em torno de seis meses e Clóvis Graciano nomeou os 4 murais com os seguintes nomes: “A Subida da Serra”, mostrando a colonização e o trabalho escravo, “Os Bandeirantes”, representando a exploração da terra e o desbravamento pelos bandeirantes, “Epopeia do Café”, mostrando o áureo período do café e seu comércio exterior e “A Cidade Hoje”, com imagens da cidade moderna, industrializada e urbanizada. Ao lado do último painel artístico há um quinto, de dimensão bem menor, alusivo à data de inauguração da obra.

Foram encomendados pelo então prefeito José Vicente de Faria Lima e inaugurados no aniversário de 415 anos da cidade, 25 de janeiro de 1969, comemorando uma de suas obras viárias que era a finalização da Avenida Rubem Berta, que completaria a ligação do centro da cidade com o Aeroporto de Congonhas.

Painel 1 - A Subida da Serra. Azulejos faltado à direita.

No detalhe o conquistador, o escravo e a cruz católica

Painel 2 - Os Bandeirantes. Outra avenida passa logo acima.

No detalhe, notar as características do autor de deformação de pés e mãos

Painel 3 - Epopeia do Café . Peça de automóvel no gramado.
Detalhe para a Avenida Moreira Guimarães na parte inferior da foto.

Detalhe do café, da plantação ao transporte

Detalhe de Epopeia do Café - Indicação da Avenida à esquerda

Painel 4 - A Cidade Hoje

Detalhe de ruas e edifícios

Quanto ao atual estado de conservação da obra é regular, com seqüências de peças faltando em três dos painéis. Quanto à limpeza, sua localização de difícil acesso a pé parece ser um fator de proteção para ela. Na página da Prefeitura é descrita na programação periódica ações de limpeza e conservação, esta, contudo, ainda seguindo no aguardo.

Placa em azulejos identificando a inauguração dos painéis

Prefeito Faria Lima em 25 de janeiro de 1969
Foto:  http://www.tcm.sp.gov.br/instituc/farialima10.html

Sobre o autor, Clóvis Graciano nasceu na cidade paulista de Araras em 1907, mudando-se para São Paulo em 1934 onde trabalhou inicialmente como fiscal de consumo. Com a vocação artística já presente, passou a dividir o tempo entre o emprego e as artes.
Suas primeiras pinturas foram em postes, tabuletas, letreiros e avisos para a estação de Ferro Sorocabana em 1927.

Em sua carreira atuou como desenhista, pintor, cenógrafo, ilustrador e muralista.

Foi aluno do curso de desenho da Escola Paulista de Belas Artes. Entre 1935 e 1937 Graciano frequentou o ateliê de Waldemar Costa onde obteve grande aprendizado e em 1937 passou a integrar o famoso Grupo Santa Helena, instalado no Palacete Santa Helena, na Praça da Sé. Este era um grupo de pintores artesãos que procuravam reformar a pintura acadêmica, e havia uma troca de conhecimentos entre todos eles. Francisco Rebolo Gonsales foi o primeiro a chegar, e depois vieram Mario Zanini, Humberto Rosa, Aldo Bonadei, Fúlvio Pennacchi, Alfredo Volpi e o próprio Clovis Graciano.

Em 1948 Graciano foi sócio fundador do Museu de Arte Moderna de São Paulo e em 1949 viajou para a Europa com o prêmio recebido no Salão Nacional de Belas Artes. Nos dois anos em que permaneceu em Paris estudou pintura mural e gravura. Após seu retorno a São Paulo dedicou-se principalmente à pintura mural, trabalhando principalmente com temas sociais, quando mais tarde recebeu a encomenda dos painéis da Avenida Moreira Guimarães.

Em 1971 foi diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo, presidente da Comissão Estadual de Artes Plásticas e do Conselho Estadual de Cultura. Faleceu em São Paulo em 1988, com 81 anos.

Suas obras estão expostas no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo e figuram em museus e coleções particulares do Brasil e do exterior.

Este é um belo e histórico mural para ser admirado na cidade de São Paulo.

Vista dos painéis a partir da pista bairro-centro


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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Clerodendro africano, a borboletinha azul

O clerodendro africano é uma planta arbustiva ornamental perene cujo aspecto das flores lembra uma borboleta, daí o seu nome popular, borboletinha azul. É originário do leste da África em especial Quênia e Uganda, desenvolvendo-se bem em regiões de clima tropical, subtropical ou equatorial.

Conhecida popularmente como clerodendro africano, clerodendro azul, flor-de-borboleta, borboleta azul, borboletinha, seu nome científico é Clerodendron ugandense ou, mais recentemente, Rotheca myricoides. Pertence à família Verbenaceae, ordem Lamiales.

Borboletinha azul ( Rotheca myricoides)

A borboletinha azul é um arbusto de forma irregular e ramificado que pode atingir de 1,5 a 3 metros de altura que produz delicadas flores azuis que florescem o ano todo e mais intensamente no verão e outono.

As folhas são grandes e elípticas, serrilhadas na borda e com o pecíolo levemente avermelhado. Têm coloração verde escura e são mais claras na face inferior, medindo de 8 até 18 cm de comprimento.


Detalhe do arbusto lotado de borboletinhas azuis

Grandes estames e presa ao tronco por pecíolos avermelhados

Perfumada, a borboletinha azul é visitada por insetos

Folhas de coloração verde escura com bordas serrilhadas

A planta de flores azuis: a floração em forma de cachos ou inflorescências chamadas do tipo panícula ocorre nas extremidades dos longos e curvados ramos, com flores compostas por quatro pétalas arredondadas de coloração azul clara e uma azul violeta e longos estames e cálices rosados. O formato que lembra pequenas borboletas com suas asas e antenas originou sua denominação popular. Pode ocorrer floração durante todo o ano, mas principalmente no verão e outono. Os estames são em número de quatro, sendo dois pequenos e dois maiores, e estão aderidos às pétalas. Possuem ainda suave perfume e atraem polinizadores, como abelhas e borboletas. A poda anual garante melhores floradas.

Detalhe: o inseto mais atraído pela borboletinha azul é um tipo de abelha chamado mamangava, abelha grande e barulhenta, de corpo volumoso que lembra um besouro. Tem como uma das características a demora para pousar na flor, rodeando-a antes por algum tempo.

Borboletinha azul em seu auge

A borboletinha azul tem crescimento rápido, se desenvolve bem em sol pleno e alta umidade, mas é sensível a geadas e ventos frios. Pode crescer em vasos ou no solo além do esperado, podendo servir também como cerca viva. A poda da planta pelo menos duas vezes ao ano pode controlar sua dimensão reduzindo o comprimento dos ramos.

A propagação ocorre por sementes e principalmente através de estacas de ramos e raízes.

Borboleta azul, do botão à queda

Borboletinha azul crescendo na natureza
    Esta é mais uma criação da natureza encontrada na cidade de São Paulo.

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