sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Terraço Itália abre suas portas para a arte em exposição que homenageia São Paulo

Ainda estamos no mês de aniversário de São Paulo e hoje postarei então minha última homenagem deste ano.

O Terraço Itália, situado no Edifício Itália, um dos mais altos da cidade e “cartão-postal” internacional está prestando também as honras à cidade e deu o seu presente abrindo as portas para sua primeira exposição de arte.

Entre os dias 23 deste mês e 6 de fevereiro, ocorre, no topo do Terraço, no 42º andar, a exposição Projeto São Paulo – Sampa Nova Visão da artista plástica Carmen Fonseca.

A primeira recepção antes de subir as escadas
Detalhe sobre a mostra. A entrada é grátis das 15 às 16 horas.
A história da mostra
São delicadas pinturas em óleo sobre telas brancas que retratam tradicionais ícones arquitetônicos da cidade, nas cores da bandeira de São Paulo, preto, branco e vermelho.


As telas estão expostas na entrada do pavimento e com sua leveza tornam a vista da cidade ainda mais bonita, parecendo que a artista desejou trazer alguns pontos selecionados, que não conseguimos ver das alturas, para mais próximo dos olhares.
"Encouraçado 1909"
"Túnel nove de julho"
Detalhe da famosa esquina
"O lampião e a preferencial"
"Theatro Municipal"
"Âncora"
" O lampião e o proibido estacionar"
Sob minha visão, o famoso concreto de São Paulo recebeu um desenho de beleza e os detalhes vermelhos das telas chamam a atenção para o brilho que existe em cada ponto da cidade retratado.

A beleza de toda a paisagem é tanta que é preciso concentrar-se para avaliar o espaço expositivo. Embora não haja divulgação de outras mostras, um novo local que some gastronomia, música, turismo e finalmente arte seria muito bem-vindo.

Como pode ser observados nas fotos, ainda não há um local adequado para exibir as telas, e, seguramente, foi utilizado o espaço existente sem adaptações. Há pouca distância entre os quadros e o público, e a colocação nas paredes deixou a desejar. Há quadros tortos, que tentei mas não consegui endireitar (deveria ter tentado?), bem como as placas com os títulos das obras. Há quadros sobre maçanetas e na porta da casa de máquinas.

" O lampião e o homem"
Tela na porta da casa de máquinas 
"O lampião e o semáforo"
A obra "Terraço Itália" em destaque sob vários ângulos:

Foto do espelho do saguão
Obra "Terraço Itália" a partir da escadaria
Detalhes em vermelho das bandeiras da fachada do prédio
Observe as cores das bandeiras originais que foram reproduzidas com perfeição
O "Cavalo Rampante" também não foi esquecido na tela
Bem, telas mal posicionadas são detalhes e não só a cidade está de parabéns, mas também o Terraço Itália e Carmen Fonseca!

Edifício Itália a partir das Avenidas São Luiz com Ipiranga








sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Um espaço no Parque do Ibirapuera está completando 87 anos de existência! O Viveiro Manequinho Lopes

Mapa do Parque com Viveiro
em verde no canto inferior direito 
Neste ano de 2015 o Parque do Ibirapuera comemora com muito orgulho 61 anos de sua inauguração. É o parque mais conhecido e visitado de São Paulo e foi seguramente o maior presente dado à cidade nas comemorações de seu IV Centenário, em 1954. O grande detalhe é que o Parque do Ibirapuera surgiu a partir do Viveiro Manequinho Lopes! 

Bem resumidamente, o surgimento do Viveiro e do Parque do Ibirapuera partiu de um primeiro desejo do então prefeito José Pires do Rio, em 1926, que propôs a criação de um parque numa grande área da zona sul de São Paulo com base em modelos de grandes parques observados em cidades do exterior que havia visitado. 

Até 1825 havia em São Paulo apenas um jardim público: o recém inaugurado e hoje chamado Parque da Luz, no Centro. Anos depois, em 1899 o prefeito Antonio Prado introduziu na cidade o Plano Americano de Ajardinamento, com amplos gramados e aumento das áreas de lazer urbano. A fim de dar seqüência ao plano para a cidade que estava em franco crescimento foi necessário produzir mais mudas de árvores e arbustos para plantio em praças e jardins. Os dois viveiros que existiam se tornaram insuficientes e em 1927, o prefeito Pires do Rio decide transferir o viveiro que estava na Água Branca para o terreno na Vila Clementino destinado há muito para o futuro parque. 

O terreno escolhido, onde hoje é o Parque do Ibirapuera era, entretanto, muito alagadiço, cortado por córregos, quase um pântano e daí seu nome em tupi-guarani: Yby-ra-puêr-a, ou pau podre. Esse foi, inclusive, um dos motivos que atrasaram o projeto do Parque. Nesse ano de 1927 surgiu o grande personagem do futuro Parque: Manuel Lopes de Oliveira Filho, o Manequinho Lopes. Ele era um profundo conhecedor da região e então plantou centenas de eucaliptos australianos no local buscando drenar e estabilizar o solo, eliminando a umidade excessiva. E foi dessa forma de se originou a primeira obra dentro do espaço do futuro Parque do Ibirapuera.

Em 1928 o viveiro já estava completamente implantado, com espécies destinadas ao embelezamento das ruas, parques e jardins e aberto à população, que o utilizava como área de lazer. Já na época eram fornecidas gratuitamente mudas para os jardins das casas, procedimento que ainda existe nos dias de hoje.

Em 1934, na administração do prefeito Fábio da Silva Prado, Manuel Lopes foi indicado Chefe da Divisão de Matas, Parques e Jardins, dando seqüência a seu trabalho, que agora produzia mudas de árvores ornamentais e plantas arbustivas e floríferas, nativas e exóticas (originárias de outro ambiente nativo). É relatado que o amor ao verde era tanto que Manequinho e sua equipe chegavam a fazer jardins gratuitamente em casas e prédios.

Ainda hoje os eucaliptos plantados no Viveiro marcam a paisagem do Parque Ibirapuera e dão nome ao Bosque dos Eucaliptos. 

O Viveiro Manequinho Lopes

O Viveiro Manequinho Lopes faz parte da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, criada em 1993, e a principal função é a produção de mudas de plantas ornamentais, principalmente arbustivas e herbáceas, destinadas à utilização nas áreas públicas de toda a cidade como ruas, praças, escolas e parques municipais. Produz também plantas medicinais, aromáticas e árvores e abriga matrizes de múltiplas espécies, sendo um dos três viveiros que constituem o DEPAVE-2 (Divisão Técnica de Produção e Arborização) da cidade. No mesmo espaço está instalada a UMAPAZ (Universidade Aberta do Meio Ambiente e da Cultura de Paz) e ocorrem projetos de pesquisa e experimentação visando o aprimoramento da produção.

Atualmente o Viveiro Manequinho Lopes ocupa extensa área dentro do Parque, 48 mil metros quadrados (4,8 hectares) e incrivelmente é desconhecido de grande parte da população, constatado inclusive por meu próprio questionamento a conhecidos. Comparando com um espaço relativamente fechado e mais conhecido dentro do Parque, o Pavilhão Japonês, o Viveiro Manequinho Lopes ocupa uma área 6,4 vezes maior em relação aos 7500m2 do referido Pavilhão. Ainda é possível o Viveiro ser visto de fora do Parque do Ibirapuera pois ocupa a esquina de duas movimentadas avenidas: a Avenida IV Centenário e a República do Líbano. Caso não bastasse, há três acessos ao Viveiro sendo um pelo portão 7 em frente ao bolsão de estacionamento, outro pelo portão 7A (IV Centenário) para pedestres e um terceiro a partir do Bosque da Leitura e antiga serraria.

Estacionamento do Portão 7 do Parque. Ver portão aberto à direita
Próximo à entrada da Avenida IV Centenário. Modernos prédios ao fundo
Entrada pelo Bosque da Leitura e antiga serraria
Segundo site da Prefeitura o Viveiro Manequinho Lopes possui 10 estufas, 97 estufins ou canteiros suspensos, 3 telados (estruturas com telas de sombreamento) e 39 quadras de produção de matrizes e estoques de mudas. 

É um local calmo e super espaçoso, um verdadeiro refúgio onde o público (pouco) caminha tranquilamente, escolas excursionam e curiosos ou estudiosos fotografam compulsivamente. Possui visitas guiadas sob agendamento mas os funcionários são solícitos e explicam tudo o que sabem, mesmo que visivelmente cheios de ocupações. Seus portões abrem de segunda a sexta-feira, das 7 às 17 horas.

Manuel Lopes de Oliveira Filho, o Manequinho Lopes

Não encontrei muitos dados sobre a vida e obra de Manuel Lopes de Oliveira Filho. As informações que me pareceram mais confiáveis vieram do texto de Silvia Valentini , Paisagens em Debate, publicada na revista eletrônica Paisagem e Ambiente, FAU.USP - n. 05, dezembro 2007. A autora fez uma série de cinco entrevistas no ano 2006 com a filha de Manequinho, Francisca Lopes de Oliveira Martinez, 95 anos e a neta, Clélia Helena de Oliveira Martinez, 70 anos.

Manequinho Lopes, como era seu apelido, nasceu de uma família com posses, em 14 de março de 1872. Como aqui não havia como estudar aprofundadamente seu pai o enviou à Europa, estudando na França, Suíça e Alemanha, onde se diplomou como entomologista. Ao voltar ao país após 11 anos logo iniciou seus trabalhos na prefeitura.

Casou-se no Brasil aos 21 anos com uma prima portuguesa e foi morar numa fazenda em Botucatu até sua posterior venda devido a dificuldades financeiras de seu pai. Tornou-se então funcionário do Instituto Biológico e pelo Brasil no combate às pragas de lavouras, sua especialidade, e assim se aproximou das plantas e ficou conhecido como o Entomologista do Verde. Não havia muitas profissões na época e Manequinho era como que um naturalista. Segundo sua filha, “Ele fazia tudo com o coração, tanto que ia trabalhar até aos domingos, sempre de guarda-chuva, que usava para cutucar a terra dos jardins da cidade para ver se estava bem tratada.” É motivo de orgulho o relato de sua amizade com o escritor Monteiro Lobato, que almoçava em sua casa aos domingos.
Em São Paulo residiu com a família nos Campos Elísios até 1934, quando se mudou para a Vila Mariana.

Sua imagem é sempre retratada com características barbas longas e o microscópio é referido como o objeto que o acompanhava durante todo seu tempo em casa, onde tinha um escritório para trabalhar e também ensinar algumas pessoas, além de sua filha.

Em 1928 inaugurou o Viveiro no futuro Parque do Ibirapuera e em 1934, foi indicado Chefe da Divisão de Matas, Parques e Jardins de São Paulo.

No jornal O Estado de São Paulo ele mantinha uma pequena coluna semanal sobre agricultura chamada Assumptos Agrícolas que de tão lida, transformou-se no caderno Suplemento Agrícola. Manequinho Lopes, que não gostava de ser chamado assim, assinava O. F.(Oliveira Filho) em sua coluna do jornal.
A coluna agrícola foi escrita por ele até seu falecimento em fevereiro de 1938, aos 68 anos de idade. 

Em 14 de março do mesmo ano, um decreto do prefeito Fábio Prado deu o nome de seu criador ao Viveiro, que com seu conhecimento, prestou inúmeros serviços e distribuiu beleza pela cidade. O trabalho de Manequinho Lopes teve continuidade através de Arthur Etzel, filho de Antonio Etzel, que administrou dedicadamente o viveiro por mais de 50 anos.

Vamos manter a memória!

Realmente, dentro do Parque Ibirapuera não há menção sobre o trabalho e Manequinho Lopes, como afirmam suas familiares. Apenas no bairro dos Campos Elísios há a Rua Lopes de Oliveira, nome de seu pai. Não há notícia de ter recebido nem mesmo um dos tantos bustos existentes em São Paulo ou no próprio parque!

Sobre a restauração do Viveiro em 1993

O Viveiro foi restaurado em 1993 com um projeto do paisagista Burle Marx, visando reintegrá-lo ao Parque Ibirapuera, com reforma paisagística para valorizar o verde e as belas árvores e aprimoramento das necessidades dos canteiros. 
Totem com placa alusiva
à entrega do Viveiro reformado

O galpão da antiga Serraria também teve sua estrutura totalmente recuperada.

O Viveiro revitalizado foi entregue à população em 24 de março de 1994 e no centro da praça próxima à Serraria há um totem com placa de agradecimento aos colaboradores da reforma (ver nas fotos), mas nada sobre o criador, o sr Manequinho Lopes.

Minha visita de janeiro de 2015

Neste mês, após a queda das árvores pelo vendaval do início do ano, fui ao Viveiro e tive uma triste surpresa. O contrato com a empresa prestadora de serviços de produção de mudas e manutenção e conservação dos viveiros, chamada Demax, não foi renovado e os 40, conforme me informaram talvez 42 funcionários terminarão seus serviços no dia 24 de janeiro, às vésperas do aniversário de São Paulo. Segundo os próprios funcionários grande parte saiu ou foi dispensada restando o remanejamento para outra parte do Parque de aproximadamente 12 pessoas.

Observei preocupação principalmente com as matrizes para não se perderem e com a dificuldade que poucas pessoas terão em manter os cuidados diários com o Viveiro. 

Logo na entrada pelo Portão 7
Regando as mudas
Ceboleiro centenário reconhecido pelo enorme assoalho
formado por suas raízes
Mudas de árvores e arbustos
Lindo Ipê
Jardim rupestre
Mudas de flores. Vista da Avenida ao fundo.
Mudas cobertas e protegidas
Estufins que são cobertos quando as mudas precisam.
A velha caixa d'água está à esquerda
Vista a partir dos fundos da Estufa 6
Mudas observadas por janela da estufa
Planta aquáticas
Mudas de suculentas
Estufa 5 - Germinadores
Mudas de Açaí 
Muda de citronela




São incontáveis as espécies de plantas nas estufas. Há boldo, citronela (na foto), sucupira, acerola, pimentas, lavanda, carqueja, salvínia, gota santa, jasmim, flor de Guarujá, manacá, antúrios ... sem contar os peixinhos! 

 No canteiro de plantas medicinais e a aromáticas, que também fornece mudas para jardins sensoriais, há cavalinha, hortelã, hortelã gigante, hortelã pimenta (que aroma!), alecrim.


Mudas de ingá
Plantas medicinais.. Funcionários ao fundo
 
Carrinho elétrico leva funcionários
Espero que este post ajude no conhecimento de um problema previsível e em breve voltarei para conhecer e contar a nova situação de cuidados do local, que é verdadeiramente uma beleza!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Lâmina de bandeja do McDonald’s homenageia os 461 anos de São Paulo

Pioneira em ilustrações de lâminas ou papéis de bandeja como meio de comunicação rápida com o público, a rede do McDonald’s, cuja razão social é Arcos Dourados Comércio de Alimentos Ltda, lançou nesta semana de aniversário de São Paulo uma lâmina em homenagem aos 461 anos da cidade.



Bandeja com a lâmina
Achei em boa hora a recordação de difundir em ampla escala a data comemorativa, uma vez que pouco está sendo divulgado e as comemorações acontecerão em pontos esparsos da cidade.

A lâmina segue o padrão habitual e possui ilustrações com pequenos textos com curiosidades sobre a cidade, com as letras bem legíveis, o que nem sempre ocorre. Um dos detalhes ilustrados refere-se à primeira loja de São Paulo, situada na Avenida Paulista 810, que ainda existe.
Há a informação também sobre a população da cidade: em torno de 11,9 milhões de habitantes e uma aventura sobre um elefante que deu uma cabecada num bonde em 1929.

Como há colecionadores do material, a recordação da data também permanecerá em alguns lugares.

O McDonald’s não é o símbolo de São Paulo, mas seguramente grande maioria dos paulistanos já o frequentou alguma vez.

As fotos foram feitas no balcão da loja da Avenida Washington Luiz 3990, onde prontamente fui questionada sobre necessidade de auxilio e recebi lâminas novas para as fotos.
Detalhe para o brasão de São Paulo
Maior frota de helicópteros urbanos do mundo
Lembrança do querido Obelisco-Mausoléu
Muitas palavras têm origem no tupi-guarani
O rio como antigamente, tão necessário
Que fome!

Canto inferior direito da lâmina
A loja que frequento na Avenida Washington Luiz
Agora quero cumprimentar o idealizador da lâmina e ... nada consta no material. Sei que encontrarei na internet, mas os créditos não deveriam ser mais rapidamente acessíveis, como a toalhas de papel das bandejas?