quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Manacá-de-cheiro, a planta que atrai borboletas

O manacá-de-cheiro, ou manacá-de-jardim, é uma planta nativa da Mata Atlântica presente em São Paulo, com características das mais originais.

Manacá-de-cheiro em São Paulo
Seu nome científico é Brunfelsia uniflora e pertence à família Solanaceae. É conhecido popularmente também pelos nomes: manacá-de-jardim, garetataca, caágamba, mercúrio-vegetal e romeu-e-julieta.

O manacá-de-cheiro tem um ciclo de vida perene e seu porte é médio, podendo variar de um arbusto até uma árvore de pequeno porte, atingindo até 3 metros de altura.

Seus ramos são densos e as folhas ovaladas, lisas e verde escuras, podendo formar uma copa com até 2 metros de diâmetro, que tem formato alongado e arredondado.

Os detalhes desta planta, contudo, estão nas extremidades de seus ramos. É ali que podemos admirar uma infinidade de pequenas flores, principalmente entre os meses de agosto a outubro, que têm, dentre tantas características, um perfume especial e intenso, mas delicado e agradável, que pode ser sentido a uma distância de até 7 a 8 metros, desde o momento em que as flores abrem. Daí a razão de seu nome Manacá-de-Cheiro.

As flores são solitárias, arredondadas e mudam de coloração conforme envelhecem. Quando nascem as flores apresentam coloração azul-violeta e vão clareando até se tornarem brancas, o que torna o arbusto muito bonito, pois apresenta flores de cores diferentes num mesmo momento. As flores têm vida curta, mas a floração é longa, durando toda a primavera e verão, desde que cultivadas em pleno sol.

Manacá-de-cheiro (Brunfelsia uniflora)
Manacá-de-cheiro - flores arredondadas, pequenas e muito cheirosas
Detalhe das folhas e flores em vários tons de cor
Manacá-de-cheiro - Detalhe das flores
Manacá-de-cheiro - Detalhe dos botões violeta
Manacá-de-cheiro - Detalhe do tronco
As flores mais velhas são brancas. Veja após a queda.

É uma planta de zonas tropical e subtropical, adaptada a climas quentes, mas tem um melhor desenvolvimento e maior floração em regiões onde há grandes diferenças de temperaturas, com dias quentes e noites frias.

O cultivo do manacá-de-cheiro é feito através de sementes, estacas ou pelo simples transplante de mudas que surgem das raízes de um exemplar maior. Pode ser plantado de forma isolada ou em grupo, servindo para a função de cercas-vivas. Também pode ser cultivada em vasos porém o desenvolvimento não é pleno.

Manacá-de-cheiro, a planta que atrai borboletas

Agora vou explicar porque este post leva o título de "manacá-de-cheiro, a planta que atrai borboletas".

Methona themisto
(Foto da página borboletasbr)
Este é um detalhe único e pouco revelado. Existe na natureza uma borboleta conhecida como "borboleta do manacá". Seu nome científico é Methona themisto, só existe no Brasil, e se alimenta e desenvolve exclusivamente nas folhas do manacá-da-serra. Suas larvas, ou lagartas, são negras com listras transversais amarelas e, apesar de se alimentarem das folhas do manacá, não o danificam. Lembrando que esta é a fase evolutiva em que a borboleta mais se alimenta, pois precisará muita energia para transformar-se verdadeiramente em borboleta, sua sobrevivência depende exclusivamente da existência dos manacás.

A fase seguinte será a crisálida, o casulo que poderá ser visto sob as folhas da árvore ou nas imediações dela. Agora não haverá mais qualquer lesão às folhas do manacá-de-cheiro e, como você não destruiu as larvas pois nenhum mal faziam ao desenvolvimento da planta, terá em troca a visita constantes de borboletas únicas, de coloração amarelo, preta e branco e asas transparentes, as Borboletas-do-Manacá.

Manacá-de-cheiro não é manacá-da-serra

Em post anterior falei sobre o manacá-da-serra. A semelhança entre ele e o manacá-de-cheiro fica no nome, formato e tonalidade das flores e mudança de sua cor conforme seu amadurecimento. Quanto aos demais aspectos vale mais saber sobre as diferenças entre essas duas plantas para não confundi-las, pois são diferentes até em sua família e espécie.

As flores do manacá-de-cheiro são menores em relação às do manacá-da-serra, que, contudo, é uma árvore mais alta. Como dissemos, as flores do manacá-de-cheiro desabrocham em tons de violeta e são brancas quando caem. Este é um detalhe muito interessante da natureza, que tem a evolução inversa da coloração das flores no manacá-da-serra, cujos botões são brancos e evoluem até a cor roxa.

Quanto ao aroma, apenas as flores do manacá-de-cheiro possuem o exuberante perfume, que contribui para o seu grande valor ornamental.

E a visita das borboletas? Essa só acontece no manacá-de-cheiro.

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Dois belos pés de manacá-de-cheiro vistos da minha janela

Vamos plantar um pé de manacá-de-cheiro em nosso jardim! Em São Paulo há condições climáticas propícias, pouco espaço não é problema para seu desenvolvimento e a beleza e o perfume que você terá irá atrair não apenas as borboletas, mas também o olhar e admiração de amigos e de desconhecidos transeuntes, como ocorreu comigo quando “descobri”os dois pés de manacá-de-cheiro em meu caminho. Agora irei atrás da borboleta para mostrar a vocês.

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