Arte urbana, popular, para todos, poluição visual, humanização de muros depredados, pichação, representação de problemas cotidianos, arte efêmera com certeza, pela própria característica, o grafite está por toda a parte e em todo o mundo.
De qualquer maneira é uma forma de expressão de rua cuja existência não pode ser negada e resta apreciá-la quando for julgada de valor técnico ou estético.
Um curto relato histórico refere o nascimento do grafite como arte urbana nas décadas de 60 e 70, em Nova York, junto com a cultura hip hop. Desconhecedora dessa arte, posso, porém deixar a citação de um nome, Alex Vallauri, como o pioneiro do grafite no Brasil. Em pleno período da ditadura militar e repressão à cultura, no fim da década de 70, este jovem nascido na Etiópia ganhou projeção com ícones grafitados pela cidade como uma botinha preta de salto alto. A morte precoce, contudo, não interrompeu o desenvolvimento da arte que ele iniciou.
No dia primeiro de fevereiro de 2015 foi inaugurado pelo prefeito de São Paulo Paulo Haddad o maior mural de grafite a céu aberto da América Latina. Localizado numa das avenidas mais importantes para o trânsito da cidade e principal eixo de mobilidade, que é o Corredor Norte-Sul, a Avenida 23 de maio ganhou 15 mil metros quadrados de grafite em 70 muros, numa extensão de 5,4 quilômetros, conforme informações da Prefeitura.
As obras reuniram os trabalhos de mais de 200 artistas, que tiveram apoio material, logístico, financeiro, de segurança e de alimentação de secretarias da municipalidade.
Por ser avenida de fluxo contínuo de veículos e em vários pontos sem ter possibilidade de aproximação mesmo que a pé, algumas fotos não serão vistas com plena qualidade.Selecionei as fotos dentre as que despertaram em mim maior ou menor agrado bem como os grafites cujas fotos tiveram melhor qualidade, uma vez que muitas foram feitas pelo passageiro (eu), com o carro em movimento.
Vou descrever apenas a primeira foto, que é a bandeira de São Paulo com um soldado. Foi impossível localizar qualquer mínimo sinal do autor, ao qual gostaria de cumprimentar, pois ali, um pouco tímida embaixo de um viaduto, está a razão do nome dado à Avenida. O dia 23 de maio marcou o levante revolucionário paulista, que precedeu a revolução Constitucionalista de 1932, com o assassinato de quatro estudantes paulistas pelas tropas federais. Eles se manifestavam contra a ditadura de Getúlio Vargas e seus nomes eram Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo.
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| Homenagem ao nome e significado da Avenida 23 de maio. Parabéns ao artista! |
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