segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Metrô da Sé - a maior e mais movimentada estação de Metrô da cidade

Seguindo nossos passeios de férias na capital e como que estivemos no Marco Zero vamos nos transportar de Metrô, já que a estação Metropolitana da Sé está a apenas alguns passos da praça homônima. Para acessar o post Marco Zero clique em http://blogdatesp.blogspot.com.br/2015/01/o-marco-zero-de-sao-paulo-de-jean.html

A estação da Sé existe desde 17 de fevereiro de 1978 e permite a integração entre as linhas 1-Azul e 3-Vermelha do Metrô. Segundo informações da Companhia do Metropolitano de São Paulo, a estação tem capacidade para transportar 100 mil passageiros por hora e possui uma área construída de 39.925m2.

Para a construção dessa estação foi necessária uma grande adaptação e ampliação do espaço da Praça da Sé, com a implosão de um teatro e de um edifício nos anos 70. Contudo, a bela, ampla e transitável praça, como a conhecem atualmente, é um legado direto da segunda reestruturação paisagística, de 1997.

O que há de especial na estação Sé do Metrô? Vamos entrar nela pelo principal acesso, a Praça da Sé. Após vencer a escadaria, sem esforço para quem quiser usar as escadas rolantes, você observará um projeto arquitetônico diferente para um espaço como esse. Você chegará a um amplo mezanino e já poderá admirar obras de arte e toda a estrutura em concreto aparente da estação. 

Entrada da estação com Catedral da Sé ao fundo
Escadas de acesso à estação Sé do Metrô
 O que há de especial na estação Sé do Metrô? Vamos entrar nela pelo principal acesso, a Praça da Sé. Após vencer a escadaria, sem esforço para quem quiser usar as escadas rolantes, você observará um projeto arquitetônico diferente para um espaço como esse. Você chegará a um amplo mezanino e já poderá admirar obras de arte e toda a estrutura em concreto aparente da estação.

Você deve parar e observar o vão central da estação. Lá há uma grande clarabóia, cuja abertura leva iluminação e ar natural até as plataformas subterrâneas e foi concebida buscando dessa forma uma maior integração da superfície com os ambientes subterrâneos. Ela é circundada ainda por propagandas e notícias luminosas, como um grande telão a céu aberto. É lá que se encontra também o elevador panorâmico para pessoas com dificuldade de locomoção.

Entrada com amplo espaço e obra de arte ao fundo. Parada para descanso.
Orelhões enfileirados. Notar o piso táctil.
Bicicletário no sábado à tarde
Grande clarabóia central e elevador


De cima para baixo: clarabóia, mezanino e dois pisos de linhas
 Ainda no mezanino da estação é possível acessar a internet sem fio gratuitamente, e os locais estão identificados com placas e adesivos, sendo esta a primeira estação de metrô a oferecer o serviço. O acesso é limitado em duração (20 minutos) e número possível de acessos simultâneos (200). A estação é pioneira nesse serviço.

A partir desse local central você descerá ao nível subterrâneo que necessitar para seu transporte, sempre acompanhado por piso táctil e pelo brilho do sol (ou a luz do dia) no centro da estação.

Trens nos dois níveis de plataforma. 
Como em várias outras estações do Metrô de São Paulo, há obras de arte permanentes, de reconhecidos artistas, sendo que na Sé elas são em número de seis, além de terem sido também as pioneiras.

Logo em nossa entrada a partir da Praça da Sé encontramos a escultura “Garatuja”, de Marcello Nitsche. Esta grande obra de metal de cor amarela intensa foi instalada à época da inauguração da Estação Sé, 1978. O local onde foi instalada permite a fácil visualização bem como o descanso ao seu lado dos passageiros ou visitantes do Metrô. Outra obra de autoria de Marcello Nitsche bastante visitada é a “Pincelada Tridimensional”, instalada no Parque da Luz, em São Paulo.
"Garatuja" de Marcello Nitsche
A segunda obra, feita em bronze com o pedestal de granito e instalada no mezanino central, é de Alfredo Ceschiatti e não possui título. Consiste na imagem de uma mulher reclinada que segura algo como uma bola na mão. Este artista é conhecido como o "escultor de Brasília" e criou a famosa escultura “A Justiça”, localizada em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal em Brasília.
Apesar de seus 3,05 metros de comprimento parece que não recebe os olhares da maioria dos transeuntes. É a minha preferida.

Sem título de Alfredo Ceschiatti
Detalhe da obra de Alfredo Ceschiatti
 Na linha 3-Vermelha, acesso norte está um mural em pastilhas de vidro de Cláudio Tozzi intitulado “Colcha de Retalhos” e datado de 1979. Ele foi escolhido pelo público, na época, dentre três maquetes apresentadas pelo artista.
"Colcha de Retalhos" de Cláudio Tozzi. Escolhida para um descanso.
 Ainda na linha 3-Vermelha, na plataforma central, há um mural maior, com 4,5 m x 11 m, pintado sobre o concreto e cujo título é “Como sempre esteve, o amanhã está em nossas mãos”. O autor é o santista Mário Gruber Correia. Esse mural em tons de cinza levou oito anos para ser concluído e trata, segundo o autor, de conquistas, vencedores e povos oprimidos. Tem desenhos de engrenagens e armas que remetem à violência do cotidiano. Um pêndulo branco separa duas épocas: o passado e o presente.

Parte central da obra de Gruber. Notar o pêndulo claro.
A quinta obra de arte da Estação Sé do Metrô, datado de 1986, é um painel chamado "Fiesta", de Waldemar Zaidler, realizado em tinta acrílica sobre madeira. Possui um desenho mais alegre e colorido, com figuras de palhaços e uma multiplicidade de imagens menores que parecem sair do clarim de um deles e ir longe, como o som do instrumento. Está localizada na Linha 3 - Vermelha, na plataforma sentido Corinthians/Itaquera.

Painel "Fiesta", de Renina Katz
Há também um outro tipo de painel, de Renina Katz, composto por 55 lâminas verticais de acrílico em tons de verde, sobre concreto, localizado no acesso sul à Linha 3 – Vermelha. Foi instalado em 1978 e não possui título. A estação é muito grande e esse painel não localizei em minha caminhada.

Fica a minha sugestão para conhecerem todo o acervo artístico do Metrô de São Paulo. Há um livro digital chamado Arte no Metrô, editado por A&A Comunicação Ltda, de 2012. Ele pode ser acessado em http://www.metro.sp.gov.br/cultura/arte-metro/livro-digital.aspx ou a partir do site do Metrô.

Para uma cidade grande como São Paulo e carente de melhorias no transporte público, estamos muito atrasados. Dados da Companhia do Metropolitano de São Paulo de 2014 informaram a existência de 74,8km de rede distribuídos entre cinco linhas, mas vejam com um pouco de detalhes como foi difícil o início.

Vários projetos existiram, desde o incrível ano de 1888, para a construção de vias férreas de superfície e posteriormente subterrâneas, partindo de vários pontos da cidade, todos rejeitados pela municipalidade ou por interferência de empresas privadas. Antes de ser cogitado o primeiro projeto para o que viria a ser o Metrô, em 1863 já era inaugurado o primeiro metrô, em Londres. Era década de 1960 e projetos para construção de vias férreas subterrâneas seguiam sendo apresentados e rejeitados por motivos políticos, avaliação de custo excessivo ou discordância de parecer sobre os projetos, até que em 1966 o prefeito José Vicente Faria Lima se dedicou à realização, formado o Grupo Executivo do Metropolitano (GEM) que organizou concorrência internacional que foi vencida por um grupo alemão-brasileiro chamado consórcio HDM.
No mesmo ano a Câmara Municipal aprovou a lei que autorizava a criação da Companhia Metropolitana de São Paulo - Metrô e em 24 de abril de 1968 esta foi constituída e iniciaria as obras da linha Norte - Sul. Em 1974, o primeiro trecho, Jabaquara - Vila Mariana, começou a operar comercialmente, com 17 km de extensão. Ainda não havia a estação Sé, que teve o início de suas operações em 17 de fevereiro de 1978, conforme contei acima.

O Metrô de São Paulo gerou grande modificação nos hábitos de transporte urbano da população, pode ser visitado e há programas para isso. Segundo o próprio site do Metrô, os programas objetivam informar e esclarecer dúvidas sobre o funcionamento do sistema metroviário, destacar os atributos e os benefícios deste transporte, mobilizar e envolver escolas, empresas e instituições. É possível visitar o Pátio de Manutenção, Estações, Salas Técnicas, Centro de Controle Operacional - CCO ou Obras.

Detalhem para o mês de janeiro, quando várias estações oferecem opções de lazer. A Estação Sé apresenta a exposição fotográfica "Percorrendo São Paulo", e o "Festival de novos talentos da música".

Com tanta história, empenho e intenções de fornecer algo mais que transporte, temos que consideram que a necessidade real está mesmo na facilidade e agilidade de locomoção, por isso é compreensível a angústia gerada por uma composição atrasada por qualquer motivo que seja.

Vejo também que o desconforto gerado pela superlotação dos trens supera, para o frequentador diário, qualquer sensação de bem estar num espaço limpo e amplo, cercado de estímulos artísticos, mas é um futuro melhor que está sendo construído.
Acesso ajardinado com vista da Igreja de São Bento
Propaganda luminosa no nível central. Sol e sombra no piso mais inferior.
Sábado de muito calor. Nem todos têm pressa.




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