sábado, 18 de outubro de 2014

Carrinho de comidas no MAM


Diariamente milhares de paulistanos, em algum momento do dia adquirem alimentos de vendedores ambulantes de comida dos mais variados tipos. É um hábito, um lazer, uma necessidade no cotidiano apressado.

Tão habitual nos parques paulistanos, o vendedor de comidas já está “incorporado à paisagem”, de tal forma que frequentadores podem passar por eles e nem mesmo recordar onde os viram.

No Parque do Ibirapuera está localizado o MAM, Museu de Arte Moderna, e é na sobriedade de uma de suas salas de exposição que está o detalhe de hoje.
Assim que foi transposta a entrada do museu, meu olhar desviou-se para a direita pela estranheza do que lá estava: um vendedor de comidas, com seu carrinho abarrotado pelos alimentos oferecidos no Parque, à disposição de um visitante que, contrariamente às instruções rotineiras dos museus, poderia consumir o produto comprado lá mesmo!





A performance, intitulada Vendedor de Comidas é do artista pernambucano Paulo Bruscky. Sua mostra, que questiona o ineditismo e a impermanência das artes plásticas, permanecerá no museu até o mês de dezembro. Nada melhor para explicar o Vendedor de Comidas do que o próprio texto do autor: “O deslocamento de um trabalhador do parque para o espaço do museu muda o grau de atenção do público para com um elemento absolutamente cotidiano”.

Neste post coloquei fotos da obra performática e de outros vendedores de comidas do parque, realizadas no mesmo dia. Há vendedores de alimentos pela extensão dos caminhos, carrinhos com melhor ou pior apresentação, localização ou sortimento de alimentos, porém, como no museu, estáticos, com o vendedor aguardando o olhar de algum frequentador.

Ao observar esses carrinhos em minhas fotos considerei que amanhã eles já não estarão mais como hoje, pois produtos serão adquiridos ou acrescentados e a impermanência da obra proposta por Paulo Bruscky será confirmada.

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