Todos os anos, tradicionalmente, o Museu de Arte Sacra (MAS) apresenta nas comemorações natalinas uma mostra de presépios. Neste ano de 2015 a maior parte da mostra foi transferida para a Sala Metrô Tiradentes, dentro da Estação Tiradentes do Metrô – Luz, com o propósito de que mais pessoas posam admirar presépios de todo o mundo. Além da facilidade de acesso, o próprio ingresso do metrô já autoriza a entrada na sala de exposição.
Se você estiver no MAS terá acesso fácil à Sala Metrô Tiradentes, bastando sair pelo portão lateral e cruzar uma pequena faixa de pedestres. Há escadaria, escada rolante e elevador funcionante para descer ao piso da exposição. A outra opção é chegar pelo próprio metrô, como já dito.
Com a mostra “Em Busca do Presépio Universal” são apresentados conjuntos de presépios de várias partes do mundo pertencentes à Coleção de Presépios do MAS. Dentre os belos e originais presépios, vou detalhar dois mais significantes.
Entrando no espaço expositivo, que está bem cuidado e identificado, no fundo da sala e atrás de uma vitrine de vidro está um grande presépio. É o “Presépio Napolitano”, de autor desconhecido e doado ao Museu por José Carlos Reis Marçal de Barros. As peças, em barro cozido e policromado, madeira, tecido, liga metálica e gesso, bem como a montagem são originais napolitanas. Datado de prováveis dois séculos atrás, tem as mesmas peças e cenário do homônimo que se encontra no MAS e descrevei posteriormente.
Embora tanto ele quanto os demais presépios sofram muita interferência da iluminação deles e da sala para obter boas fotos, a riqueza de detalhes das figuras, com o Menino Jesus entre colunas romanas é possível de ser notada.
A montagem “La Nascita de la Esperanza”: é uma obra belíssima de autoria de Ulderico Pinfildi, uma das maiores autoridades mundiais em presépios, que herdou a arte de seu pai. Procedente de Nápoles, Itália, foi confeccionada em terracota modelada à mão e policromada, madeira, arame revestido com fio de estopa, seda pura, algodão cru e acessórios de prata. Foram criadas mais quatro unidades desse exemplar, sendo que uma se encontra no Vaticano. A obra mostra um homem representando a humanidade que estende a mão em direção à Sagrada Família, na esperança de um futuro melhor.
Presépio Napolitano na Sala Metrô Tiradentes |
Detalhe do homem |
Nas fotos a seguir, outros presépios.
Presépio Nigeriano em madeira entalhada, séc XX. Autor desconhecido |
Os presépios são expostos em redomas de vidro |
Presépio Japonês séc XX. Autor desconhecido. Serragem, seda e palha de arroz |
Lapinha ou Menino Jesus do Monte Autor:Freirinhas do Convento dos humildes-Bahia |
Como nasceu o Mosteiro da Luz (com texto adaptado do site do MAS)
A ideia de sua construção partiu da Irmã Helena Maria do Espírito Santo do Antigo Convento de Santa Tereza, por volta de 1772. Esta afirmava ter visões de Jesus pedindo a construção de um lugar de recolhimento. Frei Antônio de Sant'Anna Galvão, o Frei Galvão, confessor da Irmã, confirmou a veracidade das visões e a partir daí, com o auxílio de superiores, definiu o melhor lugar para a construção desse lugar.
Fachada |
Em 1774 existia nos "Campos do Guaré", atual bairro da Luz, uma capela em homenagem a Nossa Senhora da Luz. As casas do entorno foram a seguir ocupadas pelas freiras em fevereiro de 1774 sob o nome de Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência. Frei Galvão providenciou uma nova construção para a capela e habitações, arrecadando ele mesma os fundos para a construção e buscando a mão de obra, que incluía as irmãs e a sua própria. A obra terminou em 1788 e a Igreja do Mosteiro teve a construção finalizada apenas em 1802.
O acervo do museu que nasceria no Mosteiro da Luz começou a ser formado por Dom Duarte Leopoldo e Silva, primeiro arcebispo de São Paulo, que a partir de 1907 começou a recolher imagens sacras de igrejas e pequenas capelas de fazendas que sistematicamente eram demolidas após a proclamação da República. Desde 1970 o Mosteiro passou a abrigar o Museu de Arte Sacra de São Paulo através de convênio firmado entre a Mitra Arquidiocesana e o governo do Estado de São Paulo.
O Museu de Arte Sacra de São Paulo
Considerado um dos principais monumentos arquitetônicos coloniais do Estado e um dos mais bem conservados, o Museu é a única edificação colonial do Século XVIII. As cerca de dezoito mil peças, o Museu concentra um dos mais significativos acervos museológicos do patrimônio sacro brasileiro. Possui relíquias de arte barroca com peças de todo o Brasil e de diversos outros países, que incluem imagens sacras, prataria, jóias, pinturas, mobiliário, moedas e livros.
O Museu apresenta exposições de seu acervo de longa duração, temporárias, como os presépios de Natal e também virtuais. No museu ocorre ainda programação de atividades culturais diversas.
Emoção ao lado de São Francisco em gesso, 2,30m, de Victor Brecheret |
Santos em nó de pinho típico de São Paulo século XIX |
Busto de Bom Jesus da Cana Verde sobre credência de altar |
N. Sra. da Piedade, século XIX Autor desconhecidoBarro cozido, papel e tecido moldado. |
"Igreja da Sé e Cúria de São Paulo em 1863" Óleo sobre tela de Benedito Calixto |
Em destaque à esquerda, Escudo Mariano, séc. XVIII |
O Mosteiro da Luz |
O anexo Museu do Presépio guarda o Presépio Napolitano, de 1.620 peças, considerado uma das maiores montagens do mundo, que retrata Nápoles no século XVIII. Foi trazido ao Brasil por Francisco Matarazzo Sobrinho, o Ciccillo Matarazzo, em 1949 e doado ao Museu. Este é o presépio com formação semelhante ao exposto na Sala Tiradentes, apenas com mais peças.
O edifício do Mosteiro é tombado nas três instâncias nacionais, Iphan, Condephaat e Conpresp como monumento arquitetônico de interesse nacional.
Entrada principal do Museu de Arte Sacra - profeta Abdias |
Esta réplica de Aleijadinho (original em Ouro Preto) é o profeta Isaías |
Réplicas de esculturas do Aleijadinho no caminho para o Museu do Presépio |
Realmente um grande e enriquecedor passeio |
O grande Presépio Napolitano |
Detalhe do Presépio Napolitano |
Repare nos pratos decorando o interior da casa |
Ingressos: Grátis aos sábados. Os passageiros do Metrô terão livre acesso à Sala Tiradentes.
Tel.: (11) 3326.3336 – agendamento de visitas monitoradas para grupos
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A eterna magia do Natal num museu especial |
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