Localizado próximo ao Marco Zero de São Paulo, na Praça da Sé, o Edifício Sé abriga a sede da Caixa Cultural São Paulo, local de diversificados eventos de arte com ênfase na difusão da cultura e tradições das várias regiões brasileiras. Essas atividades, além do Museu da Caixa, ocupam atualmente, além do térreo, o 1º, o 2º e o 6º andares e recebem atividades culturais, como exposições, espetáculos de dança, teatro e música.
Abriga ainda nos demais andares, áreas administrativas da instituição bancária Caixa Econômica Federal e a Agência Sé da Caixa.
Características
O Edifício Sé é um prédio histórico tombado pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo). Inaugurado em 29 de agosto de 1939 para sediar a Caixa Econômica Federal, sua construção foi criada para ser monumental. O prédio reflete o espírito da arquitetura de São Paulo nos anos 30 que buscava o estilo europeu e também o momento político chamado Estado Novo, período em que Getúlio Vargas governou o Brasil de forma ditatorial. É referido que Getúlio Vargas queria que as edificações públicas refletissem a pujança do Brasil sob seu regime e esse prédio é um exemplo.
O Edifício Sé, projetado pelo escritório Albuquerque & Longo, é um prédio de 10 andares que se destaca por sua fachada, com um imponente pórtico de granito negro, em estilo jônico.
Edifício Sé (foto obtida do site da CAIXA) Notar que o pequeno prédio à esquerda não pertence ao Ed. Sé |
Imponente pórtico em granito negro (foto obtida do site da CAIXA) |
Detalhe da porta de entrada |
Observar as proporções da construção em relação a mim |
Por dentro, bancos de granito negro |
O pé-direito é elevado e erguendo a cabeça pode se admirar o teto do segundo piso, que é uma grande clarabóia com muitos pequenos vitrais coloridos, e é responsável pela iluminação natural do Grande Salão. Granitos de diversos tipos, colunas em aço escovado e piso de madeira de lei completam a ornamentação.
O Grande Salão |
Vitral de Henrique Zucca e clarabóia |
Vitral mais próximo com detalhe superior do Vesúvio |
Escadaria do Edifício Sé |
Colunas em aço escovado e o piso de madeira de lei completam a ornamentação.
Detalhe do corrimão |
Outro detalhe do corrimão |
A Caixa Cultural São Paulo é uma dentre sete unidades de centros culturais mantidos pela Caixa Econômica Federal.
Dentro do Edifício Sé, são as seguintes as instalações da Caixa Cultural:
No térreo do edifício estão o Grande Salão, as galerias Florisbela de Araújo Rodrigues e D. Pedro II.
Grande Salão: é o maior espaço expositivo, tem pé-direito de 12 metros e integra o térreo ao 2º andar do edifício. Nele está o vitral de Henrique Zucca e também há três painéis com imagens da antiga Igreja São Pedro dos Clérigos, do período colonial, demolida para a construção do atual edifício. Esse era o local de atendimento ao público do banco antigamente.
Duas de suas faces são de vidro, que fazem divisória com a Galeria D. Pedro II.
Galeria Dom Pedro II: Seu nome é uma homenagem ao segundo imperador do Brasil, incentivador da arte, da ciência e da cultura, fundador da Caixa Econômica da Corte, em 1861. O espaço é amplo, climatizado e silencioso. Duas de suas faces são cobertas por vidros e fazem divisória com o Grande Salão. Piso: Tacos de madeira/sintéco.
Galeria Florisbela de Araújo Rodrigues: Seu nome é uma homenagem à primeira poupadora da CAIXA em São Paulo, que abriu sua caderneta no ano de 1875. O espaço é pequeno, semi-aberto, e está localizado na entrada da CAIXA Cultural.
No primeiro andar estão a galeria Neuter Michelon e a Sala de Leitura.
Galeria Neuter Michelon: o nome homenageia Neuter Michelon, funcionário da CAIXA e primeiro gerente designado para a área cultural de São Paulo. O amplo espaço tem parte de suas paredes de vidro voltada para o Grande Salão.
No segundo piso encontra-se a Galeria Humberto Betetto: o nome homenageia Humberto Betetto, empregado da CAIXA por 41 anos e um dos primeiros a se preocupar com a preservação da memória da empresa. É um espaço privilegiado, envidraçado e logo avistado à saída do elevador.
Quando visitei apresentava a exposição ”Abelardo da Hora - 90 Anos de Arte” em homenagem ao grande artista plástico pernambucano Abelardo da Hora. A mostra contava com esculturas, desenhos, conjuntos escultóricos e gravuras do artista falecido em 2014 aos 90 anos de idade, reconhecido pela confecção de peças com forte temática social.
Vejam algumas fotos
Vista externa da galeria Humberto Betetto |
Vitral visto do segundo piso |
"A Fome e o Brado", 1947 |
"Mãe com Filho Doente", 1979 |
Da série "Meninos do Recife" |
O 6º andar do edifício é destinado ao Museu da Caixa, à Sala de Oficinas com capacidade para 40 pessoas e ao Auditório com capacidade para 50 pessoas.
O museu, fundado em 1980, abriga rico acervo artístico e histórico. Infelizmente no dia de minha visita o andar não podia ser visitado.
Vale a pena uma visita ao Edifício Sé/Caixa Cultural pelas características arquitetônicas do local e também para ver um pouco mais de arte de bom gosto e muitas vezes gratuitamente.
O que ocorre é que outros centros culturais da cidade possuem muito maior divulgação do que a Caixa Cultural e a sorte é que o prédio é facilmente acessível. Ele não apenas está na Praça da Sé mas principalmente a poucos passos do turístico e muito visitado Páteo do Collegio.
Além disso, embora em minha visita não houvesse acesso ao museu, sabe-se que está bem conservado e guarda memórias históricas como os primeiros equipamentos utilizados para sorteios como a Mega-Sena, a primeira ata e o primeiro livro de ponto da Caixa Econômica, ambos de 1875. Mantém ainda ambientes temáticos totalmente preservados como a "Sala da Presidência e uma "Agência de Época" mobiliada e decorada com objetos de décadas passadas.
Endereço: Praça da Sé 111, Centro
Horário de visitação: terça a domingo, de 9 às 19h
Sem comentários:
Enviar um comentário